segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - CAPÍTULO 10 ÍTENS 10 A 13 - MARIA J. CAMPOS



FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

NÃO JULGUEIS, PARA NÃO SERDES JULGADOS - ATIRE A PRIMEIRA PEDRA AQUELE QUE ESTIVER EM PECADO

1. Por que Jesus nos ensina a não julgar o próximo?
Para que não sejamos igualmente julgados, pois agirão para conosco do mesmo modo que agirmos para com os outros.

“(...) empregar-se-á convosco a mesma medida de que vos tenhais servido para com os outros”.

2. Jesus recomendou aos escribas e fariseus a observância da lei de Moisés, que mandava apedrejar as adúlteras?
Não. Ele transferiu aos seus inquisidores a responsabilidade de castigá-la, condicionando a aplicação da pena à autoridade moral que cada um detivesse.

Ainda que as leis humanas apontem os preceitos legais a seguir, devemos sempre analisá-los à luz das nossas próprias ações; só então percebemos se temos ou não autoridade moral para aplicá-los a outrem.

3. Por que os mais velhos se afastaram em primeiro lugar?
Porque, tocados pela palavra de Jesus, refletiram sobre as inúmeras faltas cometidas ao longo da vida e reconheceram-se mais pecadores que os jovens, sentindo-se, portanto, incapazes de condenar um ato que talvez já houvessem praticado.

A vida é sabia mestra que nos ensina as lições da humildade e da indulgência, levando-nos, de um lado, ao reconhecimento das próprias faltas, e de outro, à compreensão das faltas alheias.

4. Naquela ocasião, qual dentre os presentes possuía condições orais para julgar a mulher adúltera?
Apenas Jesus. Ele foi o espírito mais elevado que já existiu na Terra e apenas Ele, dentre todos presentes naquela ocasião, poderia julgá-la e condená-la.

Jesus esteve entre nós para dar testemunho do bem e nos ensinar uma nova moral, baseada no amor ao próximo: o que não queremos para nós não desejemos ao nosso irmão.

5. Como agiu, no entanto, Jesus, com a pecadora?
Ele não criticou seu procedimento, não a tratou com desprezo nem lhe exigiu arrependimento. Limitou-se a dizer que, como os demais, também não a condenava, e a mostrar-lhe que nada estava perdido, pois havia uma vida nova pela frente, desde que buscasse a prática do bem.

“Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar”.

6. O que Jesus nos ensina, quando diz: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra”?
Ele nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros do que julgamos a nós mesmos; nem condenar em outrem aquilo de que já nos absolvemos.

Antes de atribuirmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.

7. Devemos tomar ao pé da letra o ensinamento de Jesus, jamais criticando ou manifestando censuras às ações alheias?
Certamente que não. Haverá ocasiões em nossa vida em que a critica às ações alheias será necessária, sob pena de estarmos, com o nosso silêncio e a nossa omissão, contribuindo para prejudicar a outrem, disseminando o mal entre as pessoas ou retardando o progresso do próximo.

Reprovar a conduta perversa de alguém constitui, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais na sociedade se reprimiria o mal.

8. Quando a critica é desnecessária?
Quando tem como propósito desacreditar a pessoa cujos atos se critica, sem qualquer intuito de auxiliar-lhe progresso ou evitar a pratica do mal. .

Este propósito nunca tem escusa, porquanto se trata de maledicência e maldade de quem critica..

Conclusão:
Antes de atribuir a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita. Antes de julgar alguém com severidade, procuremos ser tão indulgentes para com ele quanto seriamos para conosco.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - CAPÍTULO 10 ÍTENS 9 E 10 - MARIA J. CAMPOS


O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO

FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

1. O que Jesus quis ensinar, quando disse: “(...) como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão quando não vedes uma trava no vosso olho”?
Ele nos ensinou que, antes de criticar os defeitos e as faltas cometidas por nosso próximo, devemos examinar nossa própria conduta, fazendo uma reserva crítica do nosso modo de proceder..

É para dentro de nós mesmos que devemos voltar nossa atenção, no sentido de conhecer o nosso íntimo e, assim, corrigir os defeitos e imperfeições.

2. Que mais nos ensina Jesus, quando diz que primeiro devemos retirar a trave de nosso olho, para que possamos tirar o argueiro do olho do nosso irmão?
Jesus nos mostra que, se ainda encontramos dificuldade para nos livrar de nossos defeitos e vícios – que constituem a trave em nosso olho – não devemos, conseqüentemente, ser rigorosos ao exigir dos outros que superem suas próprias fraquezas.

Devido à nossa imperfeição, nos é muito difícil superar as fraquezas e vícios. Lembremo-nos de que com o nosso irmão sucede o mesmo.

3. É comum vermos as faltas dos outros, antes de percebemos os erros que nós mesmos cometemos?
É prática muito comum, fruto do orgulho e vaidade do homem, pois apenas quem não comete erros está apto a apontar as falhas do próximo.

As pessoas de maior progresso espiritual e que menos erros cometem, ao invés de julgar com rigor as faltas alheias, são as mais indulgentes e compreensivas para com as fraquezas do próximo.

4. Que atitude devemos tomar, antes de nos tornar juizes das ações do próximo?
Devemos tentar perceber o nosso íntimo como se fosse uma imagem projetada num espelho, como se estivéssemos examinando uma outra pessoa, e refletir se temos autoridade moral para reprová-lo ou se merecemos críticas mais duras.

Se, antes de criticarmos as ações alheias, fizermos nosso autojulgamento, percebemos que, tal como nós, o nosso irmão precisa mais de auxilio que de censura.Antes de criticar os outros perguntemos a nós mesmos: “ Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço?”

5. Qual a principal causa que impede ao homem julgar a si próprio, antes que aos outros?
O orgulho, que o induz a dissimular para si mesmo seus defeitos, tanto morais quanto físicos, e a reconhecer-se sempre superior aos outros.

A humildade é a chave que abre ao homem o entendimento de si próprio e o reconhecimento de suas próprias fraquezas, tornando-o tolerante para com as fraquezas alheias.

6. Uma pessoa verdadeiramente caridosa costuma apontar os defeitos do próximo?
Não. Apontar as falhas do próximo é atitude avessa à caridade, pois esta tem, como principal característica, a indulgência do homem para com seus irmãos.

A caridade é sempre humilde. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro.

7. Por que é difícil ao homem reconhecer e valorizar as qualidades alheias?
Porque o orgulho e a vaidade tornam-no presunçoso, a ponto de atribuir importância exagerada à própria personalidade e acreditar na supremacia de suas qualidades.

Como poderá o vaidoso ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria em vez do mal que o exalçaria?

8. Qual o principal empecilho para o progresso do espírito e de que modo devemos combatê-lo?
O orgulho, por ser o pai de todos os vícios e a negação de muitas virtudes. Devemos combatê-los através da humildade, que nos faz reconhecer as próprias faltas, e da prática cotidiana da indulgência e da caridade.

Quanto mais reconhecemos nossas próprias faltas, tanto mais indulgentes seremos para com os outros.

Conclusão:
Antes de Julgar os atos do próximo, examinemos com honestidade nossas próprias ações; e, então, perceberemos que também cometemos faltas e necessitamos da indulgência e da compreensão de todos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ESTUDO DO LIVRO NO MUNDO MAIOR - CAPÍTULO 15 - JULIANA SOLARE


APELO CRISTÃO

Estavam prestes a terminar minhas possibilidades de estudo, em companhia de Calderaro, quando, na véspera da prometida visita às cavernas do sofrimento, o estimado Assistente me convidou a ouvir a palavra do Instrutor Eusébio que, naquela noite, se dirigiria a algumas centenas de companheiros católicos-romanos e protestantes das Igrejas reformadas, ainda em trânsito nos serviços da esfera carnal.
— São irmãos menos dogmáticos e mais liberais que, em momentos de sono, se tornam suscetíveis de nossa influência mais direta. Pelas virtudes de que são portadores, tornam-se dignos das diretrizes dos planos mais altos.
Não ocultei a estranheza que me tomara de assalto ante a informação, mas Calderaro ajuntou sem demora:
— Importa compreender que a Proteção Divina desconhece privilégios. A graça celestial é como o fruto que sempre surge na fronde do esforço terrestre: onde houver colaboração digna do homem, aí se acha o amparo de Deus. Não é a confissão religiosa que nos interessa em sentido fundamental, senão a revelação de fé viva, a atitude positiva da alma na jornada de elevação. Claro é que as escolas da crença variam, situando-se cada uma em um círculo diferente. Quanto mais rudimentar é o curso de entendimento religioso, maior é a combatividade inferior, que traça fronteiras infelizes de opinião e acirra hostilidades deploráveis, como se Deus não passasse de um ditador em dificuldades para manter-se no poder. Constituindo o Espiritismo evangélico prodigioso núcleo de compreensão sublime, é razoável seja considerado uma escola cristã mais elevada e mais rica. Possuindo tamanhas bênçãos de conhecimento e de amor, cumpre-lhe estendê-las a todos os companheiros, ainda quando esses companheiros se mostrem rebeldes e ingratos em consequência da ignorância de que ainda não conseguiram afastar-se. A compaixão de Jesus poderia ser medida pelo estado de evolução daqueles que o seguiam de perto. Diante da mente encarcerada no vaidoso intelectualismo de muitas personalidades importantes de sua época, vêmo-lo inflamado de energia divina; pelo contrário, em Jerusalém, no último dia, à frente do populacão exaltado e ignorante — arraigado embora aos princípios da crença —, encontramo-lo silencioso e humilde, solicitando perdão para quantos o feriam.
Imprimindo inflexão mais carinhosa à palavra, acrescentou, bondoso:
- Não nos esqueçamos que, acima de tudo, nos empenhamos numa obra educativa. Salvar alguém, ou socorrê-lo, não significa subtrair o interessado à oportunidade de luta, de alçamento ou de edificação. Constitui amparo fraternal, para que desperte e se levante, entrando na posse do equilíbrio que caracteriza aquele que o ajudou. O Supremo Senhor não se compras com o possuir filhos miseráveis e infelizes na Criação; espalha bênçãos e dona, riquezas e facilidades eternas a mancheias, esperando apenas que cada um de nós se disponha a reger com sabedoria o patrimônio próprio. Como vemos, todos os setores do serviço espiritual reclamam a divina assistência.
Antes de mais amplas elucidações no referente ao assunto, alcançamos o campo tranquilo, onde o nobre emissário se fazia ouvir.
De relance, observei que a reunião, agora, não se assinalava por grande número de colegas encarnados, que ali se contavam por poucas centenas, assistidos por quantidade considerável de cooperadores da nossa esfera de ação.
O luar balsamizava docemente o arvoredo, que se inclinava à passagem do favônio.
Imponente, pela claridade sublime que lhe aureolava a figura veneranda, Eusébio, ao que me pareceu, havia iniciado a preleção desde muito. Extasiados, os ouvintes registravam-lhe o verbo tocado de luz celestial, com pasmo indisfarçável a lhes alterar as fisionomias. Confundidos e ajoelhados, em grande número, na relva fresca, sentiam-se repentinamente transportados ao paraíso...
O Instrutor, envolvido em safirinos reflexos, falava com irresistível poder de atração:
— “Se o patrimônio da fé religiosa representa o indiscutível fator de equilíbrio mental do mundo, que fazeis de vosso tesouro, esquecendo-lhe a utilização, numa época em que a instabilidade e a incerteza vos ameaçam todas as instituições de ordem e de trabalho, de entendimento e de construção? Não vos assombra, porventura, acordando-vos a consciência, a borrasca renovadora que refunde princípios e nações? Supondes possível uma era de paz exterior, sem a preparação interior do homem no espírito de observância e aplicação das Leis Divinas? Por admitir semelhante contra-senso, a máquina, filha de vossa inteligência, vos anula as possibilidades de mais alta incursão no reino do Espírito Eterno.
Ser cristão, outrora, simbolizava a escolha da experiência mais nobre, com o dever de exemplificar o padrão de conduta consagrado pelo Mestre Divino. Constituía ininterrupto combate ao mal com as armas do bem, manifestação ativa do amor contra o ódio, segurança de vitória da luz contra as sombras, triunfo inconteste da paz construtiva sobre a discórdia derruidora.

(Ante o moloque do Estado Romano, convertido em imperialismo e corrupção, os sectários do Evangelho não se expunham a polêmicas mordazes, não se enredavam nas teias do personalismo dissolvente, não dilapidavam possibilidades preciosas, a erigir fronteiras dogmáticas... Entreamavam-se em nome do Senhor, e ofereciam a própria vida, em penhor de gratidão Aquele que não trepidava em seguir para a Cruz, por amor a todos nós. Erguiam os seus mais sublimes santuários na comunhão com os princípios santificantes que os identificavam com o Salvador do Mundo. Sabiam perder vantagens transitórias, para conquistar os Imperecívels tesouros celestiais. Sacrificavam-se uns pelos outros, na viva demonstração do devotamento fraternal. Repartiam os sofrimentos e multiplicavam os júbilos entre si. Morriam em testemunhos angustiosos, para alcançar a vida eterna. Guerreavam os desequilíbrios de sua época e de seus contemporâneos, não a golpes de maldição, nem a fio de espada, mas pela prática da renunciação, submetendo-se a disciplinas cruéis e revelando, nas palavras, nos pensamentos e nos atos, a mensagem sublime do Mestre que lhes renovara os corações.
(Entretanto, herdeiros que sois daqueles heróis anônimos, que transitaram nas aflições, de espírito edificado nas promessas do Cristo, que fizestes vós da esperança transformadora, da confiança sem vacilação? onde colocastes a fé viva que os vossos patriarcas adquiriram a preço de sangue e de lágrimas? que é do espírito de fraternidade que assinalava os aprendizes da Boa-Nova? Enriquecidos pelas graças do Céu, pouco a pouco olvidastes as portas da Revelação Divina em troca das comodidades humanas.
«Construistes, entre vós mesmos, barreiras dificilmente transponíveis.
“Intoxica-vos o dogmatismo, corrompe-vos a secessão. Estreitas interpretações do plano divino vos obscurecem os horizontes mentais.
Abris hostilidade franca, em nome do Reino de Deus que significa amor universal e união eterna.
“Conspurcais a fonte das bênçãos, amaldiçoando-vos uns aos outros, invocando, para isso, o Príncipe da Paz, que, para ajudar-nos, não hesitou ante a própria morte afrontosa.
«A que delírio chegastes, estabelecendo nútua concorrência à imaginária obtenção de privilégios divinos?
«Antigamente, os companheiros do Cristo disputavam a oportunidade de servir; no entanto, na atualidade, procurais as mínimas ocasiões de serdes servidos.
(Reverenciais do Senhor a Luz dos Séculos, e mantendes-vos nas sombras do nefando egoísmo.
«Proclamais n'Ele a glória da paz, e incentivais a guerra fratricida, em que homens e instituições se trucidam reciprocamente.
«Recorreis ao Divino Mestre, centralizando em sua infinita bondade a fonte inesgotável do amor; entretanto, cultivais a desarmonia no recôndito do ser.
«Por que estranhas convicções supondes conquistar o paraíso, à força de afirmativas labiais?
«Esquecestes que o verbo, divino em seus fundamentos, é sempre criador? como admitir a redenção ao preço de simples palavras a que nenhum significado objetivo emprestais pelas atitudes? Todavia, é imperioso reconhecer o caráter sublime de vossa tarefa no mundo.
«Jesus fundou a Religião do Amor Universal, que os sacerdotes políticos dividiram em várias escolas orientadas pelo sectarismo injustificável. Mau grado esse erro lastimável dos homens, a essência dos vossos princípios é aquela mesma que sustentou a coragem e a nobreza dos trabalhadores sacrificados nos primeiros dias do Cristianismo.
“Porque alguns missionários das verdades religiosas olvidassem a Paternidade Divina e se permitissem desmandos da autoridade, preferindo a opressão e a tirania, não sois menos responsáveis, agora, pelos sagrados depósitos que Jesus nos confiou, destinados aos serviços de elevação humana e de santificação da Terra.
“O Evangelho, em suas bases, guarda a beleza do primeiro dia. Sofisma algum conseguiu empanar o brilho de “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”...
“Perante os desafios do Céu, credes, acaso, servir a Deus, encarcerando os serviços da fé nos templos suntuosos? a pompa do culto exterior só faz realçar o desatino de vossas perigosas ilusões acerca da vida espiritual.
“Infrutífera seria a divina missão do Mestre, se a Boa-Nova permanecesse circunscrita às trincheiras sectárias, onde presunçosamente vos refugiais, com o objetivo de inflamar a execranda fogueira das hostilidades simuladamente cordiais.
“Não encontrastes outra fórmula de externar a crença, além da concorrência menos digna?
“Em vão ergueis castelos de opinião para o verbalismo sem obras, porque, se a morte surpreende o materialista revel, descortinando-lhe o realismo da vida, o túmulo abre também o tribunal da reta justiça a quantos se valeram da religião para melhor dissimular a indiferença que lhes povoa o mundo Intimo.
“Não julgueis esteja a fé consagrada ao menor esforço.
“Qual ocorre à ciência, a religião tem o seu trabalho específico no mundo. Força equilibrante do pensamento, seus servidores são chamados a colaborar na harmonia da mente humana.
“Na atuação da fé positiva reside a força reguladora das paixões, dos impulsos irresistíveis da animalldade de que todos emergimos, no processo evolucionário que nos preside à existência.
“Jesus, por isto, não confinou seus ensinamentos ao círculo estreito dos templos de pedra. Reverenciou, em verdade, os monumentos que recordassem os lugares santos da oração», consagrados às manifestações superiores do espírito; entretanto, não se cristalizou nas atitudes adorativas: viveu conquistando amigos para o Reino do Céu.
Não impôs aos seus seguidores normas rígidas de ação: pedia-lhes amor e entendimento, fé sincera e bom ânimo para os serviços edificantes.
(Aproximando-se de Madalena, não extravaza em baldas conversações: interessa-lhe o coração no sublime apostolado renovador. Visitando Zaqueu, abençoa-lhe o esforço nobre e construtivo. Dirigindo-se à mulher samaritana, não desce às contendas inúteis: impressiona-a pelo contacto de sua alma divina, fazendo-a abandonar o velho cântaro da fantasia, para que busque as fontes eternas. Convivendo com cegos e leprosos, loucos e doentes de todos os matizes, exemplificou a vida social, baseada na fraternidade mais pura e nos mais elevados estímulos à santificação. Por fim, imolado na cruz, seus dois últimos companheiros eram ladrões confessos, aos quais não hesitou dirigir a palavra fraterna, inflamada de amor.
«Como invocar-lhe o nome para justificar os desvarios da separação por motivos de fé? como apoiar-se no Amigo de Todos para deflagrar embates de opinião, acendendo fogueiras de ódio em prejuízo da solidariedade comum que Ele exemplificou até ao supremo sacrifício? Não será denegrir-lhe a memória, difundir a discórdia em seu nome?
Notei que as palavras do orientador provocavam funda impressão. A maioria dos ouvintes chorava em comoção irrepressível, sentindo-se tocada pelo Juízo Celeste.
Eusébio, que mantinha presa a atenção geral, prosseguiu, impávido:
— (Não se vos reclama a transferência do depósito espiritual da crença veneranda. Em todos os setores, onde a sementeira do Cristo desabrocha, é possível honrar a Divina Lei, gravando-lhe os parágrafos sublimes no coração. O que se pede do vosso espírito de crença é o aproveitamento das bênçãos celestiais esparzidas sobre vós em caudelosas correntes de luz.
“Não limiteis, portanto, a demonstração da confiança no Altíssimo aos cerimoniais do culto externo. Varrei a indiferença que vos enregela as basílicas suntuosas. Convertamo-nos em verdadeiros irmãos uns dos outros. Transformemos a igreja no doce lar da família cristã, quaisquer que sejam as nossas interpretações. Esqueçamos a falsa afirmativa de que os tempos apostólicos passaram para sempre. Cada aprendiz do Evangelho guarda, na própria vida, um reduto destinado ao culto vivo do Divino Mestre, perante o qual escoa a multidão dos necessitados, todos os dias...
(Amando e socorrendo, crendo e agindo, Jesus amparou a mente desequilibrada do mundo greco-romano, infundindo-lhe vida nova, em favor da Humanidade mais feliz. Assim, igualmente, cada discípulo da fé redentora pode e deve cooperar no reerguimento dos irmãos frágeis e vacilantes.
(Fugi ao farisaísmo dos tempos modernos que se recusa ao auxílio fraternal, em nome do gênio satânico do cisma dogmático. Jesus nunca foi pregador da desarmonia, jamais endossou a vaidade petulante dos que pelos lábios se declaram puros, mantendo o coração atascado no lodo miasmático do orgulho e do egoísmo fatais!
“Mobilizemos nossa confiança no Todo-Misericordioso, dilatando-lhe o reino bendito de redenção.
(Aguardar O Céu, menosprezando a Terra, é obra de insensatez.
Nenhum de nós peitará a Justiça Divina, embora permaneçais cultivando, muitas vezes, a ideia de um comércio ridículo com a Divindade.
“Se um lavrador jamais é postado sem obrigações diretas diante do matagal inculto ou do pântano perigoso, como permanecer sem deveres imediatos junto às paisagens de crime e treva, de inquietação e sofrimento?...
(O irmão caído é nossa carga preciosa, a dificuldade é nosso incentivo santo, a dor nossa escola purificadora.
“Abracemo-nos, pois, uns aos outros, em nome do Cordeiro de Deus, que nos reformou a mente, alçando-a a planos superiores pela ascensão gloriosa, através do sacrifício.
Somente assim, meus amigos, é possível atender à elevada destinação que nos cabe.
Diante do mundo periclitante, alucinado por ambições rasteiras e dominado pelo ódio e pela miséria, Sequências das guerras incessantes e aniquiladoras, harmonizeino-nos em Jesus-Cristo, a fim de equilibrarmos a esfera carnal.
Sombras perturbadoras vagueiam em torno de vossos passos e de vossas instituições, em ronda Sinistra.
Evitai a subversão dos valores espirituais, afugentai as trevas que vos ameaçam as organizações político-religiosas. Temei a ciência que estadeie sem a sabedoria, livrai-vos do raciocínio que calcula sem amor, revisai a fé para que seus impulsos não se desordenem, à míngua de edificação.
A Crosta da Terra é atualmente um campo de batalha mais áspera, mais dolorosa...
Despertai a consciência adormecida e afeiçoai-vos à Lei Divina, olvidando o cativeiro multi-secular da ilusão.
“A salvação é contínuo trabalho de renovação e de aprimoramento.
Ao mundo atormentado proclamemos a nossa fé em Cristo Jesus para sempre!...
Eusébio, ao terminar, estava aureoiado de prodigiosas emissões de luz.
A assembléia prosternada mostrava semblantes lívidos de estupefação.
Enorme grupo de colaboradores de nosso plano elevou a voz em harmonias, entoando comovente cântico de glorificação ao Supremo Senhor.
As melodiosas notas do hino perdiam-se, ao longe, no arvoredo distante, nas asas de suave brisa...
Terminados os serviços da reunião, reparei que os amigos encarnados, sob o amparo de colegas das nossas atividades socorristas, não se afastaram animados e otimistas, porque muitos deles, compreendendo, talvez com mais clareza, fora do veículo denso da experiência física, os erros da crença transviada, se retiravam cabisbaixos, soluçando...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - CAPÍTULO 10 ÍTENS 7 e 8 - MARIA J. CAMPOS


RECONCILIAÇÃO COM OS ADVERSÁRIOS

FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS

1. O que Jesus nos recomenda fazer, antes de reverenciar a Deus com nossos atos de sacrifício?
Ele recomenda que nos reconciliemos com o nosso irmão, antes de efetivar qualquer tipo de sacrifício em reverencia ao Pai.

Reconcilia-vos com vosso irmão, antes de apresentar a Deus a vossa oferenda.

2. Por que, somente após reconciliar-se com seu irmão, deve o homem apresentar a Deus sua oferenda?
Porque o amor a Deus e ao próximo são inseparáveis e constituem um único mandamento, de tal modo que quem guarda rancor do próximo encontra-se irremediavelmente afastado de Deus.

“ (...) deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la.”

3. Qual o sacrifico mais agradável a Deus?
O que o homem faz do próprio ressentimento, ao se aproximar daquele a quem ofendeu ou por quem foi ofendido, num ato de humildade e amor.

Antes de se apresentar a Deus para ser por Ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a qualquer de seus irmãos.

4. Por que Jesus se refere sempre a “oferendas”?
Porque, quando de sua passagem na Terra, era costume entre os judeus oferecer bens materiais a Deus, como forma de Lhe demonstrar respeito e amor.

“Os judeus ofereciam sacrifícios materiais; cumpria-Lhe conformar Suas palavras aos usos ainda em voga.”.

5. Em nossos dias, ainda oferecemos a Deus sacrifícios materiais?
Não. Hoje oferecemos a Deus a nossa prece, nossos sentimentos, intenções, boas obras, nossa alma, enfim; portanto, devemos nos libertar de qualquer pensamento de ódio ou mágoa em relação ao próximo.

“O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício (...) Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada”.

6. Por que é tão difícil aproximarmo-nos do nosso irmão, em busca de reconciliação?
Porque esta atitude exige renúncia, desprendimento, humildade – virtudes.frontalmente contrárias ao egoísmo, orgulho e vaidade que ainda carregamos em nós.

Sejamos a cada dia, operários da harmonia e da concórdia, removendo desentendimento, eliminando rancores e construindo paz.

7. E se o nosso irmão estiver distante de nós, de sorte que não possamos nos aproximar dele?
Resta-nos pedir a Deus por ele: pela sua felicidade e bem-estar, pela sua paz e progresso, pois para a oração não existe distância.

Só a incompreensão e o desamor separam os homens. A boa vontade e o amor os aproximam, a despeito das distancias materiais.

8. O fato de nos recolhermos em prece, num templo religioso ou em outro lugar qualquer, nos aproxima de Deus?
Nem sempre. Não é o ato em si que nos aproxima de Deus, mas os sentimentos que carregamos no coração, com relação ao nosso irmão.

“Entretanto no templo do Senhor, o homem deve deixar de fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno”.

Conclusão:
O sacrifício mais agradável a Deus é o que o homem faz do próprio ressentimento, reconciliado-se com o seu irmão antes de elevar em prece com pensamento ao Pai.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

ESTUDO DO LIVRO NOSSO LAR - CAPÍTULO 23 - JULIANA SOLARE


SABER OUVIR

Intimamente, lamentei a interrupção da palestra. Os esclarecimentos da senhora Laura fortaleciam-me o coração.
Lísias entrou em casa visivelmente satisfeito.
- Olá! ainda não se recolheu? - perguntou, sorridente.
E, enquanto os jovens se despediam, convidava-me, solícito:
- Venha ao jardim, pois ainda não viu o luar destes sítios.
A dona da casa entrava em conversação com as filhas, enquanto acompanhando Lísias fui aos canteiros em flor.
O espetáculo apresentava-se soberbo! Habituado à reclusão hospitalar, entre grandes árvores, ainda não conhecia o quadro maravilhoso que a noite clara apresentava, ali, nos vastos quarteirões do Ministério do
Auxílio Glicínias de prodigiosa beleza enfeitavam a paisagem. Lírios de neve, matizados de ligeiro azul ao do do cálice, pareciam taças, de caricioso aroma. Respirei a longos haustos, sentindo que ondas de energia nova me penetravam o ser. Ao longe, as torres da Governadoria mostravam belos efeitos de luz. Deslumbrado, não conseguia emitir impressões. Esforçando-me para exteriorizar a admiração que me invadia a alma, falei comovidamente:
- Nunca presenciei tamanha paz! Que noite!...
O companheiro sorriu e acentuou:
- Há compromisso entre todos os habitantes equilibrados da colônia, no sentido de não se emitirem pensamentos contrários ao bem. Dessarte, o esforço da maioria se transforma numa prece quase perene. Dai nascerem as vibrações de paz que observamos.
Após enlevar-me na contemplação do quadro prodigioso, como se estivesse bebendo a luz e a calma da noite, voltamos ao interior onde Lísias se aproximou de pequeno aparelho postado na sala, à maneira de nossos receptores radiofônicos. Aguçou-se-me a curiosidade. Que iríamos ouvir?
Mensagens da Terra? Vindo ao encontro de minhas interrogações íntimas, o amigo esclareceu:
- Não ouviremos vozes do planeta. Nossas transmissões baseiam-se em forças vibratórias mais sutis que as da esfera da crosta.
- Mas não há recurso - indaguei - para recolher as emissões terrestres?
- Sem dúvida que temos elementos para fazê-lo, em todos os Ministérios; entretanto, no ambiente doméstico o problema de nossa atualidade é essencial. A programação do serviço necessário, as notas da Espiritualidade Superior e os ensinamentos elevados vivem, agora, para nós outros, muito acima de qualquer cogitação terrestre.
A observação era justa; mas, habituado ao apego doméstico, inquiri,de pronto:
- Será tanto assim? E os parentes que ficaram a distância? Nossos pais, nossos filhos?
- Já esperava essa pergunta: Nos círculos terrestres somos levados, muitas vezes, a viciar as situações. A hipertrofia do sentimento é mal comum de quase todos nós. Somos, por lá, velhos prisioneiros da condição exclusivista. Em família, isolamo-nos freqüentemente no cadinho do sangue e esquecemos o resto das obrigações. Vivemos distraídos dos verdadeiros princípios de fraternidade. Ensinamo-los a todo mundo, mas, em geral, chegado o momento do testemunho, somos solidários apenas com os nossos. Aqui, porém, meu amigo, a medalha da vida apresenta a outra face.
É preciso curar nossas velhas enfermidades e sanar injustiças. No início da colônia, todas as moradias, ao que sabemos, ligavam-se com os núcleos de evolução terrestre. Ninguém suportava a ausência de notícias da parentela comum. Do Ministério da Regeneração ao da Elevação, vivia-se em constante guerra nervosa. Boatos assustadores perturbavam as atividades em geral. Mas, precisamente há dois séculos, um dos generosos Ministros da União Divina compelia a Governadoria a melhorar a situação. O ex-Governador era talvez demasiadamente tolerante. A bondade desviada provoca indisciplinas e quedas. E, de quando em quando, as notícias dos afeiçoados terrestres punham muitas famílias em polvorosa. Os desastres coletivos no mundo, quando interessassem algumas entidades em "Nosso Lar", eram aqui verdadeiras calamidades públicas. Segundo nosso arquivo, a cidade era mais um departamento do Umbral, que propriamente zona de refazimento e instrução. Amparado pela União Divina, o Governador proibiu o intercâmbio generalizado. Houve luta. Mas o Ministro generoso, que incrementou a medida, valeu-se do ensinamento de Jesus que manda os mortos enterrarem seus mortos e a inovação se tornou vitoriosa em pouco tempo.
- Entretanto - objetei -, seria interessante colher notícias dos nossos amados em trânsito na Terra. Não daria isso mais tranqüilidade à alma?
Lísias, que permanecia junto ao receptor, sem ligá-lo, como interessado em me fornecer explicações mais amplas, acrescentou:
- Observe a si mesmo, a fim de ver se valeria a pena. Está preparado, por exemplo, para manter a precisa serenidade, esperando com fé e agindo com os preceitos divinos, em sabendo que um filho de seu coração está caluniado ou caluniando? Se alguém o informasse, agora, de que um dos seus irmãos consangüíneos foi hoje encarcerado como criminoso, teria bastante força para conservar-se tranqüilo?
Sorri, desapontado.
- Não devemos procurar notícias dos planos inferiores - prosseguiu, solicito - senão para levar auxílios justos. Convenhamos, porém, que a criatura alguma auxiliará com justiça, experimentando desequilíbrios do sentimento e do raciocínio. Por isso, é indispensável a preparação conveniente, antes de novos contactos com os parentes terrenos. Se eles oferecessem campo adequado ao amor espiritual, ó intercâmbio seria
desejável; mas esmagadora porcentagem de encarnados não alcançou, ainda, nem mesmo o domínio próprio e vive às tontas, nos altos e baixos das flutuações de ordem material. Precisamos, embora as dificuldades sentimentais, evitar a queda nos círculos vibratórios inferiores.
Contudo, evidenciando minha teimosia caprichosa, indaguei:
- Mas, Lísias, você que tem um amigo encarnado, qual seu pai, não gostaria de comunicar-se com ele?
- Sem dúvida - respondeu bondosamente -, quando merecemos essa alegria, visitamo-lo em sua nova forma, verificando-se o mesmo, quando se trata de qualquer expressão de intercâmbio entre ele e nós. Não devemos esquecer, entretanto, que somos criaturas falíveis. Necessitamos, pois, recorrer aos órgãos competentes, que determinem a oportunidade ou o merecimento exigidos. Para esse fim, temos o Ministério da Comunicação.
Acresce notar que, da esfera superior, é possível descer à inferior com mais facilidade. Existem, contudo, certas leis que mandam compreender devidamente os que se encontram nas zonas mais baixas. É tão importante saber falar como saber ouvir. "Nosso Lar" vivia em perturbações porque, não sabendo ouvir, não podia auxiliar com êxito e a colônia transformava-se, freqüentemente, em campo de confusão.
Calei-me vencido pelo argumento ponderoso. E, enquanto me conservava em silêncio, o enfermeiro amigo abriu o controle de recepção sob meus olhos curiosos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - CAPÍTULO 10 ÍTENS 5 E 6 - MARIA J. CAMPOS


RECONCILIAÇÃO COM OS ADVERSÁRIOS

FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

1. O que devemos entender pela expressão usada por Jesus: “Reconcilia-vos (...) enquanto todos estais a caminho?
Que devemos nos reconciliar com os nossos adversários enquanto estamos vivendo lado a lado, na condição de espíritos encarnados; somente assim aproveitaremos as oportunidades que a Misericórdia de Deus nos concede, de repararmos as faltas cometidas contra nossos irmãos em encarnações passadas.

Muitas das inimizades de hoje são frutos de malquerenças passadas, que nos compete superar pelo perdão e pela conciliação.

2. A que prisão se refere Jesus, quando diz: “...reconciliai-vos (...) para que não sejais metido em prisão”?
A prisão de que Jesus fala é a situação de sofrimento e aflição experimentada pelo espírito quando, por orgulho e vaidade, não perdoou nem se reconciliou com seu adversário.

Somos os carcereiros de nossa própria prisão, e a chave que nos liberta é o perdão, a conciliação com o adversário.


3. Como interpretar a frase: “ Digo-vos em verdade, que daí não saireis enquanto não houverdes pago o último ceitil”.?
Que seremos libertados da prisão que nós mesmo criamos, pelo orgulho e vaidade, quando houvermos perdoado nosso inimigo e reparado todos os males que lhe causamos.

A justiça divina estabelece que toda falta seja reparada; portanto; só estaremos realmente livres quando a menor dívida contraída para com o próximo for resgatada.

4. A morte nos livre dos inimigos?
Não. “ Os espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor”.

O provérbio “morto o animal, morto o veneno”, torna-se falso quando aplicado ao homem.

5. Como age o Espírito mau para com o inimigo encarnado ?
“ O espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e , assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir em seus interesses ou nas suas mais caras afeições”.

“O obsediado e o possesso são, pois, quase sempre, vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existências anteriores, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder”.

6. Por que permite Deus que tais vinganças ocorram?
Para que a pessoa tenha ocasião de expiar o mal praticado ou de se reabilitar com relação às suas atitudes do passado, através das quais tenha faltado com a indulgência, a caridade e o perdão.

Somos sempre julgados segundo nossas ações; assim, experimentaremos sempre as situações boas ou más que houvermos propiciado aos outros.

7. Como devemos tratar nossos adversários, se quisermos assegurar a tranqüilidade futura?
Devemos reparar, quanto antes, os agravos que causamos ao próximo; perdoar os inimigos e reconciliarmos-nos co eles, a fim de que, antes que a morte nos chegue, estejam apagados quaisquer motivos de mágoa, rancor ou vinganças futuras.

“Por essa forma, de um inimigo encarnado neste mundo se pode fazer um amigo no outro”.

8. O que acontece se, a despeito de nossa boa vontade, o adversário não aceita a reconciliação?
Quando a dureza do adversário torna impossível a conciliação, resta-nos pedir a Deus que lhe abrande o coração e Nele confiar, certos de que fizemos nossa parte.

“Trabalha, pois, quanto te seja possível, no capítulo da harmonização; mas, se o adversário te desdenha os bons desejos, concilia-te com a própria consciência e espera confiante”.

Conclusão:
Não adiemos a tarefa de perdoarmos e reconciliarmo-nos com os nossos adversário: façamos de cada instante de nossa vida ocasião de reparar o mal e constituir a fraternidade .