sexta-feira, 20 de maio de 2011

ESTUDO DO LIVRO VIDA E SEXO - FACILITADORAS JULIANA SOLARE E MARIA J. SANCHES



Capítulo 13 - Tédio no Lar

Uma vez que os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre os encarnados, freqüentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão?

Como é, além disso, que a mais viva afeição de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em ódio?

“Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira? Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material.
Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas
qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que, em
muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas, acabam os
que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por
votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima! Cumpre
não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a
ilusão material, o Espírito vê a realidade. “Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com freqüência tomar-se uma pela outra. Quando pura e
simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas
vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão
se desfaça.”

Seja qual seja o motivo em que o tédio se fundamente, recorram os companheiros imanizados em mútua associação no lar ao apoio recíproco mais profundo e mais intensivo. Com isso, estarão em justa defesa da harmonia íntima, sem castigarem o próprio corpo. E reeducar-se-ão, sem hostilizar os que, porventura, lhes demonstrem afeto, mas acolhendo-os, não mais na condição de cúmplices das aventuras deprimentes, a que se renderam outrora, e sim por irmãos queridos, com quem podemos
fundir-nos, em espírito, no mais alto amor espiritual.

ESTUDO DO LIVRO VIDA E SEXO - FACILITADORAS JULIANA SOLARE E MARIA J. SANCHES



Capítulo 12 - Desajustes

"Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita." Do item 16 do Cap. X, de "o evangelho
segundo o espiritismo".

É comum observar-se que o casamento promissor repentinamente adoece.
Desvelam-se empeços dos cônjuges no ramerrão do cotidiano. Conflitos, moléstias, desníveis, falhas de formação e temperamento. Em certos lances da experiência, é a mulher que se consorciou acreditando encontrar no esposo o retrato psicológico do pai, a quem se vinculou desde o berço; em outros, é o homem a exigir da companheira a continuidade da genitora, a quem se jungiu desde a vida fetal. Ocorre, porém, que o matrimonio é uma quebra de amarras através da qual o navio da existência larga o cais dos laços afetivos em que, por muito tempo, jazia ancorado. Na viagem, que se inicia a dois, parceiro e parceira se revelarão, um à frente do outro, tais quais são e como se encontram na realidade, evidenciando, em toda a extensão, os defeitos e as virtudes que, porventura, carreguem. Desajustes e inadaptações costumam repontar, ameaçando a estabilidade da embarcação doméstica, atirada ao navegar nas águas da experiência. É razoável se convoque o auxílio de técnicos capazes de sanar as lesões no barco em perigo, como sejam médicos e psicólogos, amigos e conselheiros, cuja contribuição se revestirá sempre de inapreciável valor; entretanto, ao desenrolar de obstáculos e provas, o conhecimento da reencarnação exerce encargo de importância por trazer aos interessados novo campo de observações e reflexões, impelindo-os à tolerância, sem a qual a rearmonização acena sempre mais longe. Homem e mulher, usando a chave de semelhante entendimento, passam mecanicamente a reconhecer que é preciso desvincular e renovar sentimentos, mas em bases de compreensão e serenidade, amor e paz.
Urge perceber que o "nós" da comunhão afetiva não opera a fusão dos dois seres que o constituem.
Cada parceiro, no ajuste, continua sendo um mundo por si. E nem sempre os característicos de um se afinam com o outro. Daí a conveniência do mútuo aceite, com a obrigação da melhoria do casal. Para isso, não bastarão providências de superfície. Há que internar o raciocínio em considerações mais profundas para que as raízes do desequilíbrio sejam erradicadas da mente. Aceitação, o problema. Forçoso admitir o companheiro ou a companheira como são ou como se aboletam na embarcação doméstica. E, feito isso, inicie-se a obra da edificação ou da reedificação recíprocas.
Obvio que conclusões e atitudes não se impõem no campo mental; entretanto, não se arrependerá quem se disponha a estudar os princípios da reencarnação e da responsabilidade individual no próprio caminho. Obtém-se da vida o que se lhe dá, colhe-se o material de plantio. Habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a deixou no passado próximo, isto é, nas estâncias do tempo que se foi para o continuísmo da obra de resgate ou de elevação no tempo de agora, sucedendo o mesmo referentemente à mulher. O parceiro desorientado, enfermo ou infiel, é aquele homem que a parceira, em existências anteriores, conduziu à perturbação, à doença ou à deslealdade, através de atitudes que o segregaram em deploráveis estados compulsivos; e a parceira, nessas condições, consubstancia necessidades e provas da mesma espécie. Tão-somente na base da indulgência e do perdão recíprocos, mais facilmente estruturáveis no conhecimento da reencarnação, com as imbricações que se lhe mostram conseqüentes na equipe da família, conseguirão o companheiro e a companheira do lar o triunfo esperado, nas lides e compromissos que abraçam, descerrando a si mesmos a porta da paz e a luz da libertação.