terça-feira, 27 de outubro de 2009

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - ROTEIRO 33


SIMPLICIDADE E PUREZA DE CORAÇÃO

FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 89 ed. Rio de Janeiro. FEB,1984. Cap. VIII, itens 1 a 4. p. 153-5.

FONTES COMPLEMENTARES

1. KARDEC, Allan. A infância. In:_. O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 66ª. Ed. Rio de janeiro: FEB, 1987. Parte 2ª. , cap. VII, Pergs. 379 a 385. p. 210-3.

2. SIMONETTI, Richard. A retomada da pureza. In:_. A voz do monte. 1ª. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983. p. 39-43.

3. XAVIER, Francisco C. Companheiros Mudos; mens. 19. In:_. Livro da Esperança. Pelo espírito Emmanuel. 6ª. Ed. Uberaba: CEC, 1982. p. 71-2.

4. Op. Cit., Pequeninos; mens. 18. p. 69-70.

5. XAVIER, Francisco C. & VIEIRA, Waldo. Caminha Alegremente; mens. 24. In:_. O Espírito da Verdade. Autores diversos. 5ª. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985. p. 61-2.

6. Op. Cit., Crianças doentes; mens. 17. p. 48-9.

7. Op. Cit., Educação; mens. 16. p. 46-7.

8. Op. Cit., Mensagem da criança ao homem; mens. 99. p. 225-6.

LER OS ITENS 1 E 2

1. Que lição nos transmite a passagem lida?
Que o reino dos céus só é conquistado por aqueles que têm puro o coração.

O reino dos céus é um estado de felicidade plena, cujo ingresso se obtém através da simplicidade e da humildade.

2. Por que Jesus tomou a criança como símbolo da pureza?
Porque a criança, com seus gestos inocentes, desprovidos de maldade e egoísmo, é a verdadeira imagem da simplicidade e pureza.

Mesmo em uma criança de maus pendores, suas más ações são dissimuladas pela candura dos seus traços infantis.


3. Jesus disse que o reino dos céus é das crianças ?
Não. Jesus deixou bem claro que o reino dos céus é para os que a elas se assemelham.

O aspecto da inocência e candura que vemos nas crianças não constitui superioridade real do espírito, mas a imagem do que deveria ser.

LER O ITEM 3

4. Por que a comparação entre os candidatos ao reino dos céus e as crianças ?
Porque a pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade, tal como estas se mostram em uma criança.

Nas crianças, essas virtudes são naturais e não artifícios da aparência.

5. O estado infantil é, necessariamente, de pureza?
Não, pois o espírito da criança já é antigo e, na maioria das vezes, possui muitos defeitos a corrigir e qualidades a aprimorar.

O espírito que anima o corpo de uma criança pode ser até mais desenvolvido que o de um adulto. O estado é de esquecimento ingenuidade temporários.

LER O ITEM 4

6. Por que a criança não se mostra logo como é?
Para poder suscitar cuidados e ternura maternais e, também, porque a fragilidade do seu corpo, ainda em formação, é incompatível com o caráter de um adulto.

Para que não lhe imputemos excessiva severidade, Deus dá aos seres, quando nascem, todos os aspectos da inocência.

7. Como é possível ao espírito ocultar o seu verdadeiro caráter, quando criança?
É que esse caráter está temporariamente adormecido, em razão do esquecimento por que passa o espírito ao encarnar, e só se manifesta, gradativamente, após o nascimento, à medida que os órgãos se desenvolvem e ele retorna a plenitude da consciência.

“(...) ao aproximar-se-lhe a encarnação, o espírito entra em perturbação e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo, ficando, por certo tempo, numa espécie de sono...”

8. Qual a importância, enfim, do estado de infância?
Proporcionar ao espírito um recomeço, com novas informações educativas para o seu progresso moral e intelectual.

“Nessa fase é que se lhes pode transformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão que dar contas.” (O Livro dos Espíritos – questão 385).

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - ROTEIRO 34


PECADO POR PENSAMENTO - ADULTÉRIO

FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 89 ed. Rio de Janeiro. FEB,1984. Cap. VIII, itens 5 a 7. p. 155-6.

FONTES COMPLEMENTARES

1. CALLIGARES, Rodolfo. A regra áurea. In:_. O Sermão da Montanha. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1974. p. 189-92.

2. SAYÃO, Antonio Luiz. Adultério no Coração – Extirpação de todos os maus pensamentos. In:_. Elucidações Evangélicas. 6ª. Ed. Rio de Janeiro: FEb, 1980. p. 152-4.

1. Qual o sentido dado por Jesus à palavra “adultério”?
Jesus costumava empregá-la para designar não só toda ação má, todo pecado, mas todo e qualquer pensamento mau.

“(...) aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em seu coração cometeu adultério com ela.”

2. Constitui infração à lei de Deus desejar mal a outrem, mesmo que não se chegue a praticá-lo ?
Certamente que sim, pois se houve o propósito de praticar o mal, também houve a falta.

Aquele que pensa em cometer um mau ato e só não o consuma por falta de ocasião, é tão culpado como se o cometesse. “Naquele que pensa no mal e nesse pensamento se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força.”

3. Como agem os espíritos mais evoluídos, quando assaltados por um pensamento?
Repelem-no com energia. Assim ainda que se lhes apresente oportunidade, não cederão àquele mau desejo.

Para estes, mesmo o mau pensamento se lhes torna ocasião de adiantamento, porque eles o afastam de seu coração. “Naquele a quem a idéia do mal acode, mas que a repele com vigor, há progresso em vias de realizar-se.”


4. Um espírito adiantado, que já alcançou níveis superiores de progresso, tem maus pensamentos?
Não. Os espíritos elevados apenas do bem se ocupam e só nele pensam.

“Naquele que nem sequer concebe a idéia do mal, já há progresso realizado.”

5. Restará alguma oportunidade àquele que ainda se compraz na prática do mal?
Sem dúvida que sim. Porém, seu progresso espiritual dependerá do esforço que fizer, no sentido de combater as más inclinações e cultivar pensamentos de paz e fraternidade.

À medida que avança na vida espiritual, a alma que enveredou pelo mau caminho se esclarece e despoja, pouco a pouco, de suas imperfeições, conforme a maior ou menor boa vontade que demonstre, em virtude do livre-arbítrio.

6. Que efeito exerce sobre nós praticar ou desejar o mal a respeito de alguém?
Tudo que fazemos ou desejamos aos outros, seja de bom, seja de mau, provoca reação sobre nós, em bênçãos ou sofrimentos.

O mau pensamento provoca intranqüilidade e amargura. Os bons pensamentos, ao contrário, nos enchem o coração de paz e contentamento.


7. Que lição podemos tirar deste estudo, para o nosso dia-a-dia?
A de que devemos manter nosso coração livre de pensamentos mesquinhos e inferiores, e nos esforçar por cultivar pensamentos elevados, tanto para nós quanto para o nosso próximo.

“Orai e vigiai”, disse Jesus, pois orando atraímos bons pensamentos, inspirados por espíritos elevados; mantendo-nos vigilantes, repelimos os maus pensamentos, purificando nosso coração.

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - ROTEIRO 35


VERDADEIRA PUREZA – MÃOS NÃO LAVADAS


FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 89 ed. Rio de Janeiro. FEB,1984. Cap. VIII, itens 8 a 10. p. 157-9.

FONTES COMPLEMENTARES

1. XAVIER, Francisco C. O Verbo é criador; mens. 97. In:_. Vinha de Luz. Pelo espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983.p. 207-8.

1. Por que Jesus deu tão pouca importância ao fato de se lavar as mãos antes das refeições?

Para chamar a nossa atenção sobre a importância maior de lavar o nosso coração, livrando-o das impurezas (mazelas) que ainda lhe são tão características.

“Indispensável cuidar do coração, como fonte emissora do verbo, para que não percamos a harmonia necessária à própria felicidade.” (Emmanuel / Vinha de Luz – mens, 97.

2. Quer dizer que a higiene do corpo é secundária?
Não. Tanto a do corpo como a da alma são merecedoras de nossa atenção. Entretanto, face a nossa grande necessidade de evolução, maior ênfase deve ser dada à “higiene” da alma.

Que adianta uma pessoa estar limpa e bem vestida, porém ser grosseira e maledicente?

3. Como interpretar as palavras de Jesus: “Não é o que entra pela boca que macula o homem; o que sai da boca do homem é o que o macula”?
O que nos entra pela boca objetiva alimentar-nos materialmente e só a nós atinge. Entretanto, as expressões que emitimos refletem o nosso íntimo, revelam a nossa conduta moral, o que somos interiormente e, de acordo com essa emissão, podemos apregoar o bem ou o mal.

“O que sai do coração e da mente, pela boca, é força viva e palpitante, e envolvendo a criatura para o bem ou para o mal, conforme a natureza da emissão.” (Emmanuel ; Vinha de Luz – mens 97)


4. “Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou. “ Qual o significado dessas palavras de Jesus?
Significa que a lei de Deus é uma só e cujos mandamentos Jesus, sabiamente, enumerou em Seu Evangelho para servir de roteiro único a todos nós. As distorções, acréscimos e desvios àquela lei, fruto da ignorância e imprevidência dos homens, são as plantas que o tempo e o progresso se incumbirão de arrancar.

Com o passar dos tempos os homens foram desvirtuando o Evangelho da sua verdadeira essência, adaptando-o aos seus caprichos mesquinhos. Contidos tais caprichos, voltará ele à sua feição normal.

5. Por que o fariseu se preocupou com o fato de Jesus não ter lavado as mãos antes do jantar?

Porque os fariseus, longe de se preocuparem com os verdadeiros mandamentos de Deus e com as coisas do espírito, davam mais valor à aparência e aos regulamentos terrenos, estatuídos pelos homens, dos quais se tornaram escravos, em razão do orgulho que os caracterizava.

Para eles – os fariseus – era mais fácil a prática dos atos exteriores do que ter que se reformar interiormente, uma vez que sequer conseguiam praticar o que pregavam.


6. Que lição está contida na advertência de Jesus ao fariseu?
A advertência nos revela que, enquanto nos preocupamos com a aparência exterior, o nosso coração está cheio de ódio e de maldade, que precisam ser eliminados tanto quanto a sujeira do prato que utilizamos.

Não significa que devamos desprezar a etiqueta. Os bons costumes devem ser respeitados e praticados. Apenas, é preciso evitar a hipocrisia das aparências cordiais e atitudes agressivas..

7. Qual a finalidade da religião?
Esclarecer a criatura sobre os princípios evangélicos e conduzi-la a Deus. Mas, para isso, é preciso que ela pratique o bem apontado pela religião.

Religião não salva ninguém; o que salva o homem são suas atitudes voltadas ao bem. A religião apenas abre o caminho para a conquista das virtudes que a Deus conduzem.

8. Os rituais, tão comuns em algumas religiões, são realmente necessários?
Não. Porque tornam mecânicos os atos de adoração a Deus, bloqueando a aprendizagem maior de suas leis.

“Nula é a crença na eficácia dos sinais exteriores, se não obsta a que se cometam assassínios, adultérios, espoliações, que se levantem calúnias, que se causem danos ao próximo.”

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - ROTEIRO 36


ESCÂNDALOS

FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 89 ed. Rio de Janeiro. FEB,1984. Cap. VIII, itens 11 e 12. p.159-60

FONTES COMPLEMENTARES

1. XAVIER, Francisco C. No domínio das provas; mens. 20. In:_. Livro da Esperança. Pelo espírito Emmanuel. 7ª. Ed. Uberaba: CEC, 1984. p. 73-4

2. _. Reencarnação; mens. 108. In:_. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 10ª. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983. p. 231-2

1. Qual o significado de “escândalo”, abordado no texto?
É todo procedimento contra a moral; é tudo que leva o homem à queda: o mau exemplo, princípios falsos, abusos de poder, etc.

“Ai do mundo por causa dos escândalos”, ou seja: infeliz é o mundo de hoje porque nele ainda impera o mal.

2. Por que “é necessário que venham os escândalos”?
Porque “estando em expiação na Terra, os homens se punem a si mesmos pelo contato de seus vícios, cujas primeiras vítimas são eles próprios e cujos inconvenientes acabam por compreender.”

A providência divina se utiliza das nossas próprias imperfeições, decorrentes do mau uso de nosso livre arbítrio, para fazer com que nos ajustemos às leis divinas.

3. Porque Jesus disse:”(...) ai do homem por quem o escândalo venha”?
Porque aquele que provoca o escândalo denota ser um espírito ainda imperfeito, carente de evolução, cujos atos maldosos de hoje refletirão amanhã sob a forma de duras provações reparadoras, necessárias para o seu ajustamento às leis divinas.

Entre sofrer as repercussões do escândalo e dar-lhes causa, é preferível estar na primeira situação. Feliz, portanto, é aquele a quem o escândalo é dirigido, pois está saldando seus débitos para com a Providência.

4. Qual a razão de existir escândalos no mundo?
A causa toda reside na imperfeição dos homens, que os torna propensos a praticar o mal. O mundo só é mal em razão da maldade daqueles que o habitam.

Estando a causa nos homens, é necessário que estes se aperfeiçoem para que o mundo se torne melhor. Dia virá em que o mundo, transformado pelo amor, se tornará habitat da felicidade plena.

5. Uma vez que o instinto de conservação nos induz a preservar o nosso corpo, como entender a colocação do Mestre?
Devemos entendê-la no sentido figurado, não levando ao pé da letra suas palavras. Significa que devemos destruir em nós tudo aquilo de mal que exista e seja causa de escândalo.

“Quer dizer também que, para o homem, mais vale ter cortada uma das mãos do que servir essa mão de instrumento para uma ação má.”

6. Em que sentido devemos entender a expressão “fogo eterno”?
É outra expressão que devemos entender no sentido figurado. Foi um recurso utilizado por Jesus, usando palavras conhecidas pelos homens para descrever o ponto extremo do sofrimento que padece aquele que se desvia do caminho do bem.

“...os processos purificadores permanecerão igualmente como o fogo material, que existirá na Terra enquanto seu concurso perdurar no tempo, como utilidade indispensável à vida física.” (Emmanuel/ Caminho, Verdade e Vida – mensagem 108)..

7. O que dizer dos que só praticam escândalos às escondidas, tolhidos pela posição social de destaque que ocupam?
São falsos moralistas, ainda mais culpados perante Deus, pelos bons exemplos que deveriam dar, em face da responsabilidade de que são investidos.

“Muitas pessoas se contentam em evitar o escândalo, porque este lhes faria sofrer o orgulho, lhes acarretaria a perda de consideração da parte dos homens.”.

8. O escândalo é só o que chama a atenção pública?
Não. Todos os nossos vícios e imperfeições que venham a prejudicar nosso próximo constituem também escândalos.

“Já não é somente o que afeta a consciência de outrem, é tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições humanas, toda reação má de um indivíduo para outro, com ou sem repercurssão.”

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - ROTEIRO 38


DEIXAI QUE VENHAM A MIM AS CRIANCINHAS

FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 89 ed. Rio de Janeiro. FEB,1984. Cap. VIII, itens 18 e 19. p. 162-3

FONTES COMPLEMENTARES

1. XAVIER, Francisco C. Criança; mens. 157. In:_. Fonte Viva. Pelo espírito Emmanuel. 12ª. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1984. p. 353-4.

2. XAVIER, Francisco C & VIEIRA, Waldo. Por amor à criança; mens. 56. In:_. O Espírito da Verdade. Por vários espíritos. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985. p. 136-7.

LER O ITEM 18

1. A quem mais se referiu Jesus com o termo “criancinhas”, além de se reportar a estas propriamente?
Referiu-se, principalmente, aos infelizes, fracos, escravizados e viciados de qualquer idade, porquanto são estes os que mais carecem de auxílio.

“Jesus chamava a si a infância intelectual da criatura formada...”

2. O que pretendia Jesus com o chamamento: Deixai que venham a mim as criancinhas”?
Jesus propôs que se dirigissem a Ele, com esperança e confiança todos aqueles que, quais frágeis e indefesas crianças, necessitassem do seu amparo, pois, Nele encontrariam acolhida.

“Queria que os homens a Ele fossem com a confiança daqueles entezinhos de passos vacilantes, cujo chamamento conquistaria, para o seu, o coração das mulheres, que são todas mães.”


3. Por que então Jesus não se dirigiu diretamente aos adultos, a quem efetivamente pretendia se referir?
Para que seus ensinamentos fossem melhor assimilados, Jesus usou a criança como modelo, uma vez que esta, pela fragilidade e doçura, mais facilmente despertaria no coração dos homens a conscientização do dever para com o próximo.

Esta, como tantas outras verdades eternas apregoadas por Jesus, ficou sob o véu da alegoria, cabendo a nós apreendermos seu real sentido. “É preciso que o homem siga a lei inteligente que se lhe revela na sua universalidade.”

4. Que papel desempenha o espiritismo, com relação aos ensinamentos do Cristo?
O espiritismo vem cumprir a promessa de Jesus, esclarecendo-nos o sentido exato de suas parábolas, abrindo novos horizontes, para a descoberta das verdades eternas, ínsitas em seu Evangelho.

“(...) São chegados os tempos em que, explicados, os erros se tornarão verdades. (...) A manifestação espírita alarga os horizontes e aqui está seu enviado, que vai resplandecer como o sol no cume dos montes”.

LER O ÍTEM 19

5. Qual a essência do ensinamento estudado neste trecho?
O amor e a caridade, que constituem o bálsamo suavizante e cicatrizante de todas as chagas morais de que somos portadores.

“Se possuis esse fogo divino, o que podereis temer?”

6. Como conseguir esses veículos de felicidade?
Destruindo, primeiramente, o foco maior e causador de toda nossa degradação moral: o orgulho; depois, agindo consoante a recomendação e o exemplo do Cristo. Em resumo: tornando-nos quais criancinhas, no dizer de Jesus.

Ninguém pode doar amor e praticar a caridade sem, antes, tornar-se humilde ante os desígnios de Deus.

7. Por que razão ainda nos mantemos arredios a essa conquista?
Porque a nossa vontade ainda não é suficiente o bastante para fazer com que germine a semente do amor que trazemos conosco e que só frutifica com muito empenho nosso em prol do seu cultivo.

“Mas, faze que o amor divino não lhe fique amodorrado na alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu reconhecimento.”

AUTODESCOBRIMENTO


Joanna de Angelis / Divaldo P. Franco

Súmula

1 . O ser real.

Complexidades da energia. Interação espírito-matéria. Problemas da evolução.

2. Equipamentos existenciais.

O pensamento. Conflitos e doenças. Distonias e suas conseqüências. O ser emocional.

3. Consciência e Vida.

Incursão na consciência. Consciência responsável. Consciência e sofrimento. Exame do sofrimento.

4. O inconsciente e a Vida.

O inconsciente. O subconsciente. O inconsciente sagrado.

5. Viagem interior.

Busca da unidade. Realidade e ilusão. Força criadora.

6. Equilíbrio e saúde.

Programa de saúde. Transtornos comportamentais. Terapia da esperança. Plenitude! – A meta.

7. O ser subconsciente.

Computação cerebral. Reciclagem do subconsciente. Subconsciente e sonhos.

8. Sicários da alma.

O passado. Incerteza do futuro. Desconhecimento de si mesmo.

9. Viciações mentais.

Insatisfação. Indiferença. Pânico. Medo da morte.

10. Conteúdos perturbadores.

A raiva. O ressentimento. Lamentação. Perda pela morte. Amargura.

11. Os sentimentos: amigos ou adversários?

O amor. Os sofrimentos. Estar e ser. Abnegação e humildade.

12. Triunfo sobre o ego.

Infância psicológica. Conquista do Si. Liberação pessoal.

AUTODESCOBRIMENTO
(Uma busca interior)

Muito antes da valiosa contribuição dos psiquiatras e psicólogos humanistas e transpessoais, quais Klüber Ross, Groff, Raymond Moody Júnior, Maslow, Tart, Viktor Frankl, Coleman e outros, que colocaram a alma como base dos fenômenos humanos, a psicologia espírita demonstrou que, sem uma visão espiritual da existência física, a própria vida permaneceria sem sentido ou significado.

O reducionismo, em psicologia, torna o ser humano um amontoado de células sob o comando do sistema nervoso central, vitimado pelos fatores da hereditariedade e pelos caprichos aberrantes do acaso.

A saúde e a doença, a felicidade e a desdita, a genialidade e as patologias mentais, limitadoras e cruéis, não passam de ocorrências estúpidas da eventualidade genética.

Assim considerado, o ser humano começaria na concepção e anular-se-ia na morte, um período muito breve para o trabalho que a Natureza aplicou mais de dois bilhões de anos, aglutinando e aprimorando moléculas, que se transformaram em um código biológico fatalista...

Por outro lado, a engenharia genética atual, aliando-se à biologia molecular, começa a detectar a energia como fator causal para a construção do indivíduo, que passa a ser herdeiro de si mesmo, nos avançados processos da experiências da evolução.

Os conceitos materialistas, desse modo, aferrados ao mecanismo fatalista, cedem lugar a uma concepção espiritualista para a criatura humana, libertando-a das paixões animais e dos atavismos que ainda lhe são predominantes.

Inegavelmente, Freud e Jung ensejaram uma visão mais profunda do ser humano com a descoberta e estudo do inconsciente, assim como dos arquétipos, respectivamente, que permitiram a diversos dos seus discípulos penetrarem a sonda da investigação nos alicerces da mente, constatando a realidade do Espírito, como explicação para os comportamentos variados dos diferentes indivíduos que, procedentes da mesma árvore genética, apresentam-se fisiológica e psicologicamente opostos, bem e maldotados, com equipamentos de saúde e de desconcerto.

Não nos atrevemos a negar os fatores hereditários, sociais e familiares na formação da personalidade da criança. No entanto, adimos que eles decorrem de necessidades da evolução, que impõem a reencarnação no lugar adequado, entre aqueles que propiciam os recursos compatíveis para o trabalho de auto-iluminação, de crescimento interior.

O lar exerce, sem qualquer dúvida, como ocorre com o ambiente social, significativa influência no ser, cujos ônus serão o equilíbrio ou a desordem moral, a harmonia física ou psíquica correspondente ao estágio evolutivo no qual se encontra.

A necessidade, portanto, do autodescobrimento, em uma panorâmica racional torna-se inadiável, a fim de favorecer a recuperação, quando em estado de desarmonia, ou o crescimento, se portador de valores intrínsecos latentes. Enquanto não se conscientize das próprias possibilidades, o indivíduo aturde-se em conflitos de natureza destrutiva, ou foge espetacularmente para estados depressivos, mergulhando em psicoses de vária ordem, que o dominam e inviabilizam a sua evolução, pelo menos momentaneamente.

A experiência do autodescobrimento faculta-lhe no comportamento, como herança dos patamares já vencidos pela evolução, a dualidade do negativismo e do positivismo diante das decisões a tomar.

Não identificado com os propósitos da finalidade superior da Vida, quando covidado à libertação dos vícios e paixões perturbadoras, das aflições e tendências destrutivas, essa dualidade do negativo e do positivo desenha-se-lhe no pensamento, dificultando-lhe a decisão. É comum, então, o assalto mental pela dúvida: Isto ou aquilo? A definição faz-se com insegurança e o investimento para a execução do propósito novo diminui ou desaparece face às contínuas incertezas.

Fazem-se imprescindíveis alguns requisitos para que seja logrado o autodescobrimento com a finalidade de bem-estar e de logros plenos, a saber: insatisfação pelo que se é, ou se possui, ou como se encontra; desejo sincero de mudança; persistência no tentame; disposição para aceitar-se e vencer-se; capacidade para crescer emocionalmente.

Porque de desconhece, vitimado por heranças ancestrais – de outras reencarnações - , de castrações domésticas, de fobias que prevalecem da infância, pela falta de amadurecimento psicológico e outros, o indivíduo permanece fragilizado, susceptível aos estímulos negativos, por falta da auto-estima, do auto-respeito, dominado pelos complexos de inferioridade e pela timidez, refugiando-se na insegurança e padecendo aflições perfeitamente superáveis, que lhe cumpre ultrapassar mediante cuidadoso programa de discernimento dos objetivos da vida e pelo empenho em vivenciá-lo.

Inadvertidamente ou por comodidade, a maioria da pessoas aceita e submete-se ao que se poderia mudar a benefício próprio, autopunindo-se, e acreditando merecer o sofrimento e a infelicidade com que se vê a braços, quando o propósito da Divindade para com as suas criaturas é a plenitude, é a perfeição.

Dominado pela conduta infantil dos prêmios e dos castigos, o indivíduo não amadurece o eu profundo, continuando sob o jugo dos caprichos do ego, confundindo resignação com indiferença pela própria realização espiritual. A resignação deve ser um estado de aceitação da ocorrência – dor sem revolta, porém atuando para erradicá-la.

Liberando-se das imagens errôneas a respeito da vida, o ser deve assumir a realidade do processo da evolução e vencer-se, superando os fatores de perturbação e de destruição.

* * *

Ao apresentarmos o nosso livro aos interessados na decifração de si mesmos, tentamos colocar pontes entre os mecanismos das psicologias humanista e transpessoal com a Doutrina Espírita, que as ilumina e completa, assim cooperando de alguma forma com aqueles que se empenham na busca interior, no autodescobrimento.

Não nos facultamos a ilusão de considerar o nosso trabalho mais do que um simples ensaio sobre o assunto, com um elenco amplo de temas coligidos no pensamento dos eméritos estudiosos da alma e com a nossa contribuição pessoal.

Uma fagulha pode atear um incêndio.

Um fascículo de luz abre brecha na treva.

Uma gota de bálsamo suaviza a aflição.

Uma palavra sábia guia uma vida.

Um gesto de amor inspira esperança e doa paz.

Esta é uma pequena contribuição que dirigimos aos que sinceramente se buscam, tendo Jesus como Modelo e Terapeuta Superior para os problemas do corpo, da mente e do espírito.

Rogando escusas pela sua singeleza, permanecemos confiantes nos resultados felizes daqueles que tentarem o autodescobrimento, avançando em paz.

Salvador, 30 de novembro de 1994.
Joanna de Angelis


O SER REAL



COMPLEXIDADES DA ENERGIA

O conceito atual para a representação do ser humano – espírito e matéria – experimentou acirrado combate dos racionalistas e organicistas do passado, que o reduziram à condição de unidade corporal, que nascia na concepção e se desintegrava após a anoxia cerebral.

Os dabates incessantes, porém, não lograram dissolver as dúvidas que persistiram em torno dos fenômenos paranormais, quando examinada a questão sob um outro ponto de vista.

Viagens astrais (desdobramentos), sonhos premonitórios, recordações de experiências passadas, materializações e desmaterializações (ectoplasmia) permaneceram sob suspeição por falta de explicações lógicas dos investigadores apegados a este ou àquele conceito sobre o ser inteligente.

Com a proposta do homem trino – espírito, perispírito e matéria – a controvérsia encontrou campo fértil para equações favoráveis à sua existência antes, durante e depois do corpo físico.

Com muita propriedade, Albert Einstein definiu o homem como sendo um conjunto eletrônico regido pela consciência. Essa consciência condutora, certamente, a ele preexistente e sobrevivente, é o Si eterno, o espírito imortal, realizando inúmeras experiências da evolução, trabalhando, em cada uma delas, os valores que lhe jazem interiormente – Deus em nós.

Conseqüentemente, o indivíduo humano é um agrupamento de energias em diferentes níveis de vibrações.

Essa energia inteligente, na sua expressão original, como espírito, passa por condensação de moléculas, assim constituindo o corpo intermediário (perispírito), que se encarrega de concentrar e congelar as partículas, que se manifestam como o corpo somático.

Na gênese da energia pensante, permanecem ínsitos os instintos primários docorrentes das remotas experiências, que se exteriorizaram, quando na área da razão, como impulsos, tendências, fixações automatistas e perturbadoras, necessitando de canalização disciplinadora, de modo a torná-los sentimentos, que o raciocínio conduzirá sem danos nem perturbação.

Muitas vezes, o ser, em crescimento interior, sofre o efeito das energias abundantes de que é objeto e faz um quadro de congestão, responsável por vários distúrbios de comportamento como de natureza orgânica, transformando-os em campos enfermiços, que poderiam ser evitados.

Noutras circunstâncias, as energias não eliminadas corretamente, e mantidas sob pressão, expressam-se como inibição, igualmente geratriz de outras patologias desassossegadoras.

As doenças, portanto, resultam do uso inadequado das energias, da inconsciência do ser em relação à vida e à sua finalidade.

À medida que evolui, descobre as possibilidades imensas que tem ao alcance através da vontade bem direcionada, tornando-se capaz de liberar-se da congestão ou da inibição.

O despertar do Si enseja a compreensão da necessidade de transmudar as energias, encaminhando-as de uma para outra área e utilizando-as de forma profícua, único recurso para o gozo da saúde.

De certo modo, elas decorrem dos imperativos das leis de causa e efeito, que inscrevem nos seres o que se lhes faz necessário para a evolução, seja através dos camartelos do sofrimento ou mediante os impulsos santificados do amor.

A transformação moral, nesse cometimento, é fator preponderante para converter o instinto primitivo em força produtora de novas energias, ao invés de fomentar os distúrbios da congestão e da inibição.

Quando o indivíduo, dominado pelos impulsos da violência, sob rude controle, em tensão contínua, inteiriça os músculos antagônicos, exigindo-lhes demasiada elasticidade, gera atrito das articulações ósseas, às vezes dando origem a várias expressões artríticas, especialmente as de natureza reumatóide...

Conduzir bem essa força é um recurso preventivo para doenças degenerativas, portanto, evitáveis.

Por outro lado, os núcleos vitais (chackras) abaixo do diafragma, que não tem as energias transmutadas para a região superior a fim de serem sublimadas, especialmente na zona sacral, produzem doenças do aparelho urinário e genésico, com agravantes no que diz respeito aos relacionamentos sexuais...

Nada se deve perder no organismo. Todas as energias poderão ser canalizadas sob o comando da mente desperta – o Eu superior – para a sua responsabilidade, criatividade e expressão divina, que demonstram sua origem.

O Eu consciente, mediante exercício constante, deve comunicar-se com todas as células que lhe constituem o invólucro material, à semelhança do que faz quando lhe atende alguma parte ou órgão que necessita de tratamento.

Considere-se um corte que dilacere um membro. Pode ser deixado de lado para auto-refazer-se ou receber curativo imediato para a reparação dos tecidos e capilares.

Da mesma forma, a consciência – o Si – deve atender a energia, nas suas diferentes manifestações, rarefeita ou condensada, interferindo com amor e dando-lhe ordens equilibradas para a sua sublimação.

A doença resulta do choque entre a mente e o comportamento, o psíquico e o físico, que interagem somatizando as interferências.

Diante de ocorrências viciosas, de acidentes morais e emocionais, cumpre se lhes faça um exame circunstanciado, passando-se à conversação com o departamento afetado, despertando-lhe as potências e liberando-as para o preenchimento das finalidades da vida a que todas as coisas estão submetidas e se destinam.