sexta-feira, 25 de março de 2011

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO CAPÍTULO 16 ÍTEM 14 - MARIA J. CAMPOS



FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON

Desprendimentos dos Bens Terrenos

1. Esbanjar a riqueza é manifestação de desprendimento dos bens terrenos?
Não. Quem assim age desconhece que a verdadeira utilidade destes bens é o serviço ao próximo; portanto, sua atitude, além de egoísmo, revela irresponsabilidade, descaso e indiferença para com o próximo e para consigo mesmo (pois dia chegará que irá responder pela leviandade de seus atos).

“Depositaria desses bens, não tem o homem o direito de os dilapidar, como não tem o de os confiscar em seu proveito.”

2. Mas, quem gasta sua fortuna sem pena, não é desprendido e generoso?
A generosidade consiste em colocar os bens materiais a serviço da caridade, e nunca esbanjá-los para a satisfação descuidada dos próprios caprichos.

“Um que despenda a mancheias o ouro de que disponha para satisfazer a uma fantasia, talvez não dê um centavo para prestar um serviço”.

3. Em que consiste, verdadeiramente, o desprendimento dos bens terrenos?
“ O desapego dos bens terrenos consiste em apreciá-los no seu justo valor, em bem servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio; em não sacrificar por eles os interesses da vida futura e em perdê-los sem murmurar, caso apraza a Deus retirá-los”. Eis ai o verdadeiro desprendimento.

“Olvidais que, pela riqueza, vos revestistes do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra, para serdes da aludida riqueza dispensadores inteligentes.”

4. Que atitude devemos adotar, no caso de perdermos os bens que possuímos?
Devemos ser submissos a vontade de Deus que, havendo nos concedidos bens e os retirado, pode restituir-nos o que nos tirou.

“Resisti animoso ao abatimento, ao desespero que nos paralisa as forças”, e buscai redobradas energias para recomeçar a luta, pois, ao lado de uma prova rude, Deus coloca sempre uma consolação.

5. São os bens materiais os mais preciosos que ao homem é dado possuir?
Não. Há bens infinitamente mais preciosos que os materiais, adquiridos na prática silenciosa da caridade. Apenas estes nos acompanham na eternidade, como a paz interior, a harmonia como o próximo, a comunhão com o Criador.

“Ponderai, sobretudo, que há bens infinitamente mais preciosos do que os da Terra e essa idéia vos ajudará a desprender-vos destes últimos”.

6. Manifesta desprendimento aquele que, voluntariamente, se despoja dos bens que possui?
Quem assim procede compreende mal o verdadeiro sentido do desprendimento e busca, de forma egoísta, eximir-se da responsabilidade que a riqueza faz pesar sobre seus ombros. Valeria mais se a riqueza fosse transformada em empregos.

A ninguém ordena o Senhor que despoje dos bens que possua, mas, ao contrário, espera que administre em proveito de todos.

7. Ser rico é uma missão que Deus confere ao homem?
Sem dúvida. Deus nos concede riqueza para que aprendamos a administrá-la, tornando-a produtiva em benefício de muitos; para que saibamos prescindir dela quando não a temos e sacrificá-la, quando assim for necessário.

Diga, pois o rico: “Meu Deus, tu me destinaste um novo encargo; dá-me a força de desempenhá-la segundo a tua santa vontade”.

8. Que lição de vida podemos tirar destes ensinamentos?
Que aprendamos a nos contentar com pouco. Se somos pobres, não invejarmos os ricos; se ricos, não esqueçamos que os bens de que dispomos apenas nos estão confiados, e do seu emprego devemos contas a Deus.

“Não sejais depositário infiel, utilizando-os unicamente na satisfação do vosso orgulho e da vossa sensualidade”.

Conclusão:

O desprendimento dos bens terrenos é a virtude que capacita o homem a valorizar os bens matérias que Deus lhe concede e a utilizá-los em benefício de todos, ciente de que sua posse é transitória e sua utilidade deve estar direcionada à prática do bem.