quarta-feira, 21 de novembro de 2012

LIVRO: VOLTEI DE CHICO XAVIER PELO ESPÍRITO DE FREDERICO FIGNER


PONDERAÇÕES NECESSÁRIAS

Retomando a mim mesmo, após desvencilhar-me do corpo grosseiro, a preocupação de voltar ao reino dos amigos era o meu anseio de cada minuto.
Habituara-me, na existência última, fértil de trabalho intensamente vivido, a concretizar os menores desejos, em nos referindo à luta exterior.  O homem prático que se mantém no corpo terrestre, por mais de cinquenta  anos, acostuma-se a ser invariavelmente obedecido.  Isso cria enormes prejuízos para ele, por enclausurar-se instintivamente  em  roda viciosa de preconceitos nocivos que se lhe cristalizam, vagarosamente, na  organização mental. Os melindres passam a torturá-lo. A conveniência é interpretada por desrespeito, a prudência por ingratidão.
Quase me considerei ofendido, quando os benfeitores espirituais me cortaram a  probabilidade do retorno apressado.  Afinal, pensava de mim para comigo, o que pretendia não era, de maneira  nenhuma, a admiração alheia, nem tencionava aproveitar o ensejo para a propaganda  de meu nome. Interessava-me, sim,  a prova da sobrevivência. Para tanto, se me fosse  possível, tocaria um clarim mais alto que uma sirene festiva.
Amigos delicados, porém, fizeram-me saber que o ruído, no âmbito da espiritualidade, é tão prejudicial quanto o barulho intempestivo na via pública e, depois  de ouvir longa série de ponderações, a me rearticularem os propósitos desordenados;  entendi, graças a Deus, que minhas investidas se filiava a pura ingenuidade.