domingo, 2 de outubro de 2011

ESTUDO DO LIVRO VIDA E SEXO - FACILITADORAS JULIANA SOLARE E MARIA J. SANCHES


Capítulo 23 - Abstinência e Celibato

Pergunta - O celibato voluntário representa um estado de perfeição meritório
aos olhos de Deus?

Resposta - Não, e os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo. Pergunta - Da parte de certas pessoas, o celibato não será um sacrifício que fazem com o fim de se votarem, de modo mais completo, ao serviço da Humanidade? Resposta - O caso é muito diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício, tanto maior o mérito. Itens ns 698 e 699, de "O Livro dos Espíritos".

Abstinência, em matéria de sexo e celibato, na vida de relação pressupõe experiências da criatura em duas faixas essenciais – a daqueles Espíritos que escolhem semelhantes posições voluntariamente para burilamento ou serviço, no curso de determinada reencarnação, daqueles outros que se vêem forçados a adotá-las, por força de inibições diversas. Indubitavelmente, os que consigam abster-se da comunhão afetiva, embora possuindo em ordem todos os recursos instrumentais para se aterem ao conforto de uma existência a mais, com o fim de se fazerem mais úteis ao próximo, decerto que traçam a si mesmos escaladas mais rápidas aos cimos do aperfeiçoamento.
Agindo assim, por amor, doando o corpo a serviço dos semelhantes, e, por esse modo,
amparando os irmãos da Humanidade, através de variadas maneiras, convertem a existência, sem ligações sexuais, em caminho de acesso à sublimação, ambientando-se em climas diferentes de criatividade, porquanto a energia sexual neles não estancou o próprio fluxo; essa energia simplesmente se canaliza para outros objetivos - os de natureza espiritual. E, em concomitância com os que elegem conscientemente esse tipo de experiência, impondo-se duros regimes de vivência pessoal, encontramos aqueles outros, os que já renasceram no corpo físico induzidos ou obrigados à abstinência sexual, atendendo a inibições irreversíveis ou a processos de inversão pelos quais sanam erros do pretérito ou se recolhem a pesadas disciplinas que lhes facilitem a desincumbência de compromissos determinados, em assuntos do espírito. Num e noutro caso, identificamos aqueles que se fazem chamar, segundo os ensinamentos evangélicos, como sendo "eunucos" por amor do Reino de Deus". Esses eunucos, porém, muito ao contrário do que geralmente se afirma, não são criaturas psicologicamente assexuadas, respirando em climas de negação da vida. Conquanto abstêmios da emotividade sexual, voluntária ou involuntariamente, são almas vibrantes, inflamadas de sonhos e desejos, que se omitem, tanto quanto lhes é possível, no terreno das comunhões afetivas, para satisfazerem as obrigações de ordem espiritual a que se impõem. Depreende-se daí a impossibilidade de se doarem a quaisquer tarefas de reparação ou elevação sem tentações, sofrimentos, angústias e lágrima:; e, às vezes, até
mesmo escorregões e quedas, nos domínios do sentimento, de vez que os impulsos do amor nelas se mantêm com imensa agudeza, predispondo-as à sede incessante de compreensão e de afeto. Entendendo-se os valores da alma por alimento do espírito, impossível esquecer que a produção do bem e do aprimoramento se realiza à base de atrito e desgaste. A semente é segregada no solo para desvencilhar-se dos empeços que a constringem, de modo a formar o pão, e o pão, a rigor, não se completa em forno frio.
A força no carro não surge sem a queima de combustível, e o motor não lhe garante
movimento sem aquecer-se em nível adequado. Abstinência e celibato, seja por decisão
súbita do homem ou da mulher, interessados em educação dos próprios impulsos, no curso da reencarnação, ou seja por deliberação assumida, antes do renascimento na esfera física, em obediência a fins específicos, não contam indiferença e nem anestesia do sentimento. Celibato e abstinência, em qualquer forma de expressão, constituem tentames louváveis do ser experiências de caráter transitório -, nos quais a fome de alimento afetivo se lhes transforma no imo do coração em fogo purificador, acrisolandolhes as tendências ou transfigurando essas mesmas tendências em clima de produção do bem comum, através do qual, pela doação de uma vida, se efetua o apoio espiritual ou a iluminação de inúmeras outras. Tais considerações nos impelem a concluir que a vida sexual de cada criatura é terreno sagrado para ela própria, e que, por isso mesmo, abstenção, ligação afetiva, constituição de família, vida celibatária, divórcio e outras ocorrências, no campo do amor, são problemas pertinentes à responsabilidade de cada um, erigindo-se, por essa razão, em assuntos, não de corpo para corpo, mas de coração para coração.

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO CAPÍTULO 19 ÍTEM 12 - MARIA J. CAMPOS


FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

A FÉ HUMANA E A FÉ DIVINA

1. A fé tem apenas caráter religioso?

Não. Ela reflete uma confiança que se tem na possibilidade de realizar alguma coisa.

“Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. XIX, item 6).

2. Em que consiste a fé, no homem?


É um sentimento cujo gérmen o homem traz depositado no seu íntimo, e que lhe compete fazê-lo desabrochar e crescer pela ação da sua vontade.

Conclui-se, portanto, que a fé não é privilégio de alguns, mas dom precioso, concedido a todos por Deus.

3. Por que a maioria das pessoas interpretam a fé mais pelo o lado religioso?


Porque essas pessoas, não compreendendo o verdadeiro caráter da missão do Cristo, consideram-no apenas como um chefe religioso, capaz de operar milagres através da fé e acreditam ser este o único objetivo da fé na vida do homem.

Quando o homem conhecer melhor as verdades eternas e melhor souber aproveitar os conhecimentos que a ciência propicia, descobrirá o poder que a fé lhe faculta e que tem nas mãos.

4. Como podemos interpretar os milagres?


Os milagres não são mais do que ocorrência de fenômenos naturais, que se operam mediante a vontade de quem quer que seja, desde que imbuído de uma fé ardente, sincera e verdadeira.

É dessa forma que o homem pode, assim como Jesus e os discípulos fizeram, realizar grandes benefícios para a humanidade.

5. De que forma podemos melhor compreender a essência desses fenômenos a que chamamos de milagres?


Através do estudo das leis, que hoje encontramos mais claramente definidas, à nossa disposição, como, por exemplo, o magnetismo, associado ao estudo do Espiritismo, que nos propicia uma melhor interpretação e compreensão das leis divinas.

O estudo, hoje, nos faculta ver que o que existe de extraordinário na ocorrência dos chamados milagres: é a manifestação da vontade, aliada à fé.

6. Qual a diferença entre a fé humana e a divina?


A humana se concentra nos interesses materiais e satisfação das necessidades terrenas; a divina, nas coisas espirituais, na vida futura (espiritual).

A fé humana se vê manifestada no homem de gênio, que se propõe a realizar um empreendimento qualquer e nisso concentra todo o seu trabalho e esforços; a divina vêmo-la demonstrada no homem de bem, que enche de belas e nobres ações a sua existência.

7. Todos nós temos, então, poder de realizações várias, inclusive curas?


Sim. No entanto, é necessário dosar nossa vontade com bons sentimentos, a fim de não provocar desastres.

Por isso que Jesus nos disse: “Vós sois Deuses. O que eu faço podeis muito mais (...)”

Conclusão:

A fé é um precioso instrumento evolutivo que nos cabe fazer bom uso, a fim de cumprirmos nossa missão perante Deus. A fé humana se volta para as necessidades terrenas; a divina, para as aspirações celestiais e futuras.

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO CAPÍTULO 19 ÍTEM 11 - MARIA J. CAMPOS


FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

A FÉ: MÃE DA ESPERANÇA E DA CARIDADE

1. Por que a esperança e a caridade estão associadas à fé?

Porque a esperança só reside num coração que crê e confia nas promessas do Cristo, e a caridade só é praticada por aquele dotado do verdadeiro sentimento de amor ao próximo, cujo labor, obrigatoriamente, se sustenta na fé.

“A esperança e a caridade da fé e forma com esta uma trindade inseparável.”

2. Por que a fé necessita de obras?


Porque não basta a fé simplesmente estar em nossa consciência. É necessário que a tornemos verdadeira, dando-lhe eficácia, isto é, ela deve nos impulsionar para Deus, através do serviço em favor ao próximo.

“Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se.” “A fé que não produz é semelhante à lâmpada aparatosa que não esparze claridade: é inútil.” (Joanna de Ângelis/Estudos Espíritas).

3. A fé propicia recursos para nossa regeneração?


Sim, pois a nossa regeneração depende do grau de confiança que temos em Deus e no futuro, e a fé nos propicia essa confiança.

A fé nos dá ânimo, confiança em Deus e a certeza de que venceremos, por estarmos buscando nos ajustar às leis da vida.

4. Sendo inspiração divina, por que muita gente não tem fé?


Porque, embora seja dado a todos possuí-la, a fé se adquire e se desenvolve através do empenho de cada um. Mas esse empenho, muitas vezes, é frustrado pelo descaso e pelo orgulho.

“(...) a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem... Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável... Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos indivíduos...”

5. A fé pode ser transmitida por alguém a outrem?


De certo modo, sim. Embora seja certo que a fé não se prescreve, não se impõe a ninguém, é igualmente certo que, pelo exemplo da nossa fé sincera, podemos contagiar os outros, animando-os a desenvolvê-la dentro de si.

“A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunicar-se aos que não a tinham, ou mesmo não desejariam tê-la... A fé aparente apenas usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente que as escuta.”

6. Que mudanças nos acarreta a fé?


Otimismo sadio, vontade de viver, esperança firme, valorização do sentimento de amor ao próximo, melhor utilização do tempo, em face da consciência do progresso que temos a alcançar etc.

“ Tende, pois, a fé com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade.”

7. Por que a fé deve ser raciocinada?


Porque “ a fé necessita de uma base, que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XIX, item 7).

Sem base na razão, dificilmente a fé resiste às dúvidas que surgem de um coração visitado pelas provas rudes.

Conclusão:

A fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É nela que se sustentam a esperança e a caridade. Contudo, é necessário o exemplo das obras que ela seja eficaz e verdadeira; tem que ser ativa, para ser proveitosa.

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO CAPÍTULO 18 ÍTENS 10 a 12 - MARIA J. CAMPOS


FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.

MUITO SE PEDIRÁ ÀQUELE QUE MUITO RECEBEU

1. O que significa a expressão de Jesus: “Muito se pedirá àquele que muito recebeu?
Que os talentos que recebemos de Deus, sejam os de conhecimento, sejam os de bens materiais, devem ser multiplicados em favor do próximo e nos impõem uma responsabilidade maior perante a Providência Divina e os nossos semelhantes.

A Providência Divina nos cobra a mesma proporção que nos oferece: se muito recebemos, maior é a nossa obrigação de doar em favor do próximo.

2. A ignorância justifica o erro?

Justificar não é bem o termo. Ela apenas abranda a punição. É evidente que, ao contrário do ignorante, aquele que sabe mais deve melhor proceder, sob pena de, não agindo assim, sofrer mais, por ser mais responsável.

Se erramos por desconhecer a verdade, seremos menos punidos (e não, perdoados), eis que Deus só nos cobra o que Dele temos recebido.

3. Assim sendo, não é mais aconselhável saber menos, pois, assim, menos contas teremos que prestar a Deus?

Constitui isso um regozijo efêmero, que apenas fará com que retardemos o nosso progresso, a cuja lei, mais cedo ou mais tarde, inexoravelmente, teremos que aderir.

Deus pune não somente pelos nossos erros cometidos, mas também pela nossa inércia, comodismo e má vontade..

4. De que cegueira nos fala, aqui, Jesus? Seria a dos olhos físicos?

Não. Trata-se da cegueira da alma, que pode ser voluntária nas pessoas que não querem enxergar a verdade personificada por Jesus.

“O pior cego é aquele que não quer ver.”

5. Por que os fariseus eram grandes pecadores?

Porque conheciam a lei de Deus, pregavam-na, mas não a praticavam.

“Mas, agora, dizeis que vedes e é por isso que em vós permanece o vosso pecado.”

6. O Evangelho está ao alcance de todos?

Sim, pois ele veio para atingir todas as camadas, podendo o seu aprendizado ser acessível e adquirido por todos, inclusive por analfabetos, pelo simples ouvir de suas prédicas .

O ensino dos espíritos, que se espalham por toda parte, permite que as máximas do Evangelho se estenda a todos, letrados ou iletrados, crentes ou incrédulos, cristãos ou não.

7. O conhecimento do Evangelho implica a vivência de seus ensinamentos?
O seu conhecimento implica proporcional responsabilidade pelos atos cometidos. Assim sendo, aqueles que o conhecem e não o vivenciam serão mais severamente punidos.

O Evangelho não é apenas uma admirável de vida, mas encerra as próprias leis da vida, às quais estamos subordinados.

8. O conhecimento espírita propicia mais responsabilidade?

Sim. Contudo, maiores alegrias também, se bem praticado.

“Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas, também, aos que houverem aproveitado, muito será dado.”

Conclusão:

Os talentos que recebemos de Deus, em termos de conhecimento e bens materiais, devem ser multiplicados em favor do próximo. Perante Deus, a responsabilidade dos nossos atos é diretamente proporcional ao esclarecimento de que já somos portadores.