domingo, 3 de março de 2013

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES


PERIGO
Cap. IX – Item 1 

Cada vez que a irritação te assoma aos escaninhos da mente, segues renteando sinal de perigo. 
Mesmo que tudo pareça conspirar em teu prejuízo, não convertas a emoção em bomba de cólera a explodir-te na boca. 
Desequilíbrio que anotes é apelo da vida a que lhe prestes cooperação. 
Quando as águas, em monte, investem furiosas sobre a faixa de solo que te serve de habitação, levantas o dique, capaz de governar-lhe os impulsos. 
Diante do fogo que te ameaça, recorres, de pronto, aos extintores de incêndio. 
Toda vez que o curto-circuito reponta na rede elétrica, desligas a tomada de força para que a energia descontrolada não opere a destruição. 
Assim também, quando a prova te visite, não transfigures a língua em chicote dos semelhantes. 
Se agressões verbais te espancam os ouvidos, ergue a muralha do dever fielmente executado, em que te defendas contra o assalto da injúria. 
Se a calúnia te alanceia, guarda-te em paz, no refúgio de prece. 
Se a dignidade ofendida, dentro de ti, surge transformada em aceso estopim para a deflagração de revolta, deixa que o silêncio te emudeça, até que a nuvem da crise te abandone a visão. 
Sobretudo à frente de qualquer companheiro encolerizado, não lhe agraves a distonia. 
Ninguém cura um louco, zurzindo-lhe o crânio. 
Se alguém te lança em rosto o golpe da intemperança de espírito ou se te arroja a pedrada do insulto, desculpa irrestritamente, e se volta a ferir-te, é indispensável te reconheças na presença de um enfermo em estado grave, a pedir-te o amparo do entendimento e o socorro da compaixão. 

Emmanuel