segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

A PAIXÃO DE JESUS
Cap. XIX – Item 7

O Espiritismo não nos abre o caminho da deserção do mundo. 
Se é justo evitar os abusos do século, não podemos chegar ao exagero de querer viver fora dele. Usufruamos a vida que Deus nos dá, respirando o ar das demais criaturas, nossas irmãs.
Para seguir a própria consciência, podemos dispensar a virtude intocável que forja a santidade ilusória.
Não sejamos sombras vivas, nem transformemos nossos lares em túmulos enfeitados por filigranas de adoração.
Nossa fé não é campo fechado à espontaneidade.
Encarnados e desencarnados precisamos ser prudentes, mas isso não significa devamos reprimir expansões sadias e não nos abracemos uns aos outros. A abstinência do mal não impõe restrições ao bem.
Assim como a virtude jactanciosa é defeito quanto qualquer outro, a austeridade afetada é ilusão semelhante às demais.
Não façamos da vida particular uma torre de marfim para encastelar os princípios superiores, ou estrado de exibição para entronizar o ponto de vista.
A convicção espírita não é insensível ou impertinente.
A inflexibilidade, no dever, não exige frieza de coração. Fujamos ao proselitismo fanatizante, mas nem por isso cultivemos nos outros a aversão por nossa fé.
Se o papel de vítima é sempre o melhor e o mais confortável, nem por isso, a título de representá-lo, podemos forçar a nossa existência, transformando em verdugos, à força, as criaturas que nos rodeiam.
Não sejamos policiais do Evangelho, mas candidatemo-nos a servidores cristãos.
Nem caridade vaidosa que agrave a aspereza do próximo, nem secura de coração que estiole a alegria de viver.
Quem transpira gelo, dentro em breve caminhará em atmosfera glacial.
A crença aferrolhada no orgulho desencadeia desastres tão grandes quanto aqueles criados pelo materialismo.
Não sejamos companhias entediantes.
Um sorriso de bondade não compromete a ninguém.
A fé espírita reside no justo meio-termo do bem e da virtude.
Nem o silêncio perpétuo da meia-morte, que destrói a naturalidade, nem a fala medrosa da inibição a beirar o ridículo.
Nem olhos baixos de santidade artificiosa, nem anseio inexperiente de se impor a todo preço.
Nem cumplicidade no erro, na forma de vício, nem conivência com o mal, na forma de aparente elevação.
Fé espírita é libertação espiritual. Não ensina a reserva calculada que anula a comunicabilidade, constrangendo os outros, nem recomenda a rigidez de hábitos que esteriliza a vida simples. Nem tristeza sistemática, nem entusiasmo pueril.
Abstenhamo-nos da falsa idéia religiosa, suscetível de repetir os desvios de existências anteriores, nas quais vivemos em misticismo acabrunhante.
Desfaçamos os tabus da superioridade mentirosa, na certeza de que existe igualmente o orgulho de parecer humilde.
O Espiritismo nos oferece a verdadeira confiança, raciocinada e renovadora; eis por que o espírita não está condenado a atividade inexpressiva ou vegetante.Caridade é dinamismo do amor. Evangelho é alegria. Não é sistema de restringir as idéias ou tolher as manifestações, é vacinação contra o convencionalismo absorvente.
Busquemos o povo – a verdadeira paixão de Jesus –, convivendo com ele, sentindo-lhe as dores, e servindo-o sem intenções secundárias, conforme o “amai-vos uns aos outros” – a senda maior de nossa emancipação.

Ewerton Quadros

domingo, 17 de novembro de 2013

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

TRANQUILIDADE
Cap. XXV – Item 9

1 – Comece o dia na luz da oração.
O amor de Deus nunca falha.

2 – Aceite qualquer dificuldade sem discutir.
Hoje é o tempo de fazer o melhor.

3 – Trabalhe com alegria.
O preguiçoso, ainda mesmo quando se mostre num pedestal de ouro maciço, é um cadáver que pensa.

4 – Faça o bem o quanto possa.
Cada criatura transita entre as próprias criações.

5 – Valorize os minutos.
Tudo volta, com exceção da hora perdida.

6 – Aprenda a obedecer no culto das próprias obrigações.
Se você não acredita na disciplina, observe um carro sem freio.

7 – Estime a simplicidade.
O luxo é o mausoléu dos que se avizinham da morte.

8 – Perdoe sem condições.
Irritar-se é o melhor processo de perder.

9 – Use a gentileza, mas de modo especial dentro da própria casa.
Experimente atender os familiares como você trata as visitas.

10 – Em favor de sua paz conserve fidelidade a si mesmo.
Lembre-se de que, no dia do Calvário, a massa aplaudia a causa triunfante dos crucificadores, mas o Cristo, solitário e vencido, era a causa de Deus.

André Luiz

domingo, 10 de novembro de 2013

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

O FILHO DO ORGULHO
Cap. VII – Item 11 

O melindre – filho do orgulho – propele a criatura a situar-se acima do bem de todos. É a vaidade que se contrapõe ao interesse geral. 
Assim, quando o espírita se melindra, julga-se mais importante que o Espiritismo e pretende-se melhor que a própria tarefa liberta-dora em que se consola e esclarece. 
O melindre gera a prevenção negativa, agravando problemas e acentuando dificuldades, ao invés  de aboli-los. Essa alergia moral demonstra má-vontade e transpira incoerência, estabelecendo moléstias obscuras nos tecidos sutis da alma. 
Evitemos tal sensibilidade de porcelana, que não tem razão de ser. 
Basta ligeira observação para encontrá-la a cada passo: 
É o diretor que tem a sua proposição refugada e se sente des-prestigiado, não mais comparecendo às assembléias. 
O médium advertido construtivamente pelo condutor da ses-são, quanto à própria educação mediúnica, e que se ressente, fugin-do às reuniões. 
O comentarista admoestado fraternalmente para abaixar o vo-lume da voz e que se amua na inutilidade. 
O colaborador do jornal que vê o artigo recusado pela redação e que se supõe menosprezado, encerrando atividades na imprensa. 
A cooperadora da assistência social esquecida, na passagem de seu aniversário, e se mostra ferida, caindo na indiferença. 
O servidor do templo que foi, certa vez, preterido na composição da mesa orientadora da ação espiritual e se desgosta por sentir-se infantilmente injuriado. 
O doador de alguns donativos cujo nome foi omitido nas citações de agradecimento e surge magoado, esquivando-se a nova cooperação. 
O pai relembrado pela professora das aulas de moral cristã, com respeito ao comportamento do filho, e que, por isso, se suscetibiliza, cortando o comparecimento da criança. 
O jovem aconselhado pelo irmão amadurecido e que se descontenta, rebelando-se contra o aviso da experiência. 
A pessoa que se sente desatendida ao procurar o companheiro de cuja cooperação  necessita, nos horários  em que esse mesmo companheiro, por sua vez, necessita de trabalhar a fim de prover a própria subsistência. 
O amigo que não se viu satisfeito ante a conduta do colega, na instituição, e deserta, revoltado,  englobando todos os demais em franca reprovação, incapaz de reconhecer que essa é a hora de auxílio mais amplo. 
O espírita que se nega ao concurso fraterno somente prejudica a si mesmo. 
Devemos perdoar e esquecer se quisermos colaborar e servir. 
A rigor, sob as bênçãos da Doutrina Espírita, quem pode dizer que ajuda alguém? Somos sempre auxiliados. 
Ninguém vai a um templo doutrinário para dar, primeiramente. 
Todos nós aí comparecemos, antes  de tudo, para receber, sejam quais forem as circunstâncias. 
Fujamos à condição de sensitivas humanas, convictos de que a honra reside na tranqüilidade da consciência, sustentada pelo dever cumprido. 
Com a humildade não há o melindre que piora aquele que o sente, sem melhorar a ninguém. 
Cabe-nos ouvir a consciência e segui-la, recordando que a suscetibilidade de alguém sempre surgirá no caminho, alguém que precisa de nossas preces, conquanto curtas ou aparentemente desnecessárias. 
E para terminar, meu irmão, imagine se um dia Jesus se melindrasse com os nossos incessantes desacertos... 

Cairbar Schutel

domingo, 3 de novembro de 2013

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

SE VOCÊ FIZER FORÇA
Cap. XXVII – Item 8 

Diz você que não pode respirar o clima de luta na experiência doméstica; entretanto, se fizer força no cultivo da renúncia santificante, fará da própria casa um refúgio de amor. 
Diz você que não mais suporta o amigo desajustado, mas se fizer força, no exercício da tolerância, é possível consiga convertê-lo amanhã em colaborador ideal. 
Diz você experimentar imenso cansaço, diante do chefe atrabiliário e inconsequente; contudo, se fizer força, sustentando a paciência, obterá nele, ainda hoje, um amigo fiel. 
Diz você que não adianta ensinar o bem; no entanto, se fizer força para exemplificar o que ensina, atingirá realizações de valor inimaginável. 
Diz você que se nota assaltado por enorme desânimo na pregação construtiva; entretanto, se fizer força, na sementeira da educação, transfigurará o seu verbo em facho de luz. 
Diz você estar desistindo da caridade, ante os golpes da ingratidão, mas se fizer força para prosseguir, ajudando sem exigência, surpreenderá na caridade a perfeita alegria. 
Diz você que está doente e nada consegue de nobre e útil; no entanto, se fizer força para superar as próprias deficiências, vence-rá a enfermidade, avançando em serviço e merecimento. 
Diz você que conversação já lhe esgotou a reserva nervosa e dispõe-se à retirada para o repouso justo; contudo, se fizer força para continuar atendendo aos ouvintes, olvidando a própria fadiga, ninguém pode prever a extensão da colheita de bênçãos que virá da sua plantação de gentileza e bondade. 
O grande bem de todos é feito nos pequenos sacrifícios de cada um. 
E se fizermos força para viver, segundo os bons conselhos que articulamos para uso dos outros, em breve tempo transformaremos a Terra em luminoso caminho para a glória real. 

André Luiz