domingo, 30 de novembro de 2014

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

OUVIDE E RECORDE
Cap. XV – Item 3

Olvide o pó e o vento.
Recorde que a luz do Sol e a pureza da água são gratuitos.
Olvide pessimismo e o mau agouro.
Recorde que a marcha do progresso é inexorável.
Olvide a palavra infeliz.
Recorde que você está sendo ouvido e observado.
Olvide a malquerença.
Recorde que o imperativo da fraternidade atinge a todos.
Olvide a indisposição.
Recorde que a disciplina mental é o primeiro remédio.
Olvide o próprio direito.
Recorde que o dever pessoal é intransferível.
Olvide a censura.
Recorde que a harmonia e a cooperação constroem sempre mais.
Olvide a discussão intempestiva.
Recorde que o respeito ao semelhante é o alicerce da paz.
Olvide a vaidade intelectual.
Recorde o valor do procedimento correto em todas as circunstâncias.
Olvide as vozes destrutivas.
Recorde que a extensão da seara do bem espera por nós.
Olvide a convenção nociva.
Recorde que a naturalidade suscita sempre a simpatia maior.
Olvide a lamentação.
Recorde que o minuto passa sem esperar por ninguém.
Triunfar é esquecer o lado menos bom da vida, lembrando o cumprimento das próprias obrigações que, em verdade, sustentam a nossa alegria incessante.

André Luiz

domingo, 23 de novembro de 2014

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

AFLIGES-TE
Cap. V – Item 2

Afliges-te com a vizinhança do parente menos simpático.
Esqueces-te, no entanto, dos que vagueiam sem rumo.
Afliges-te com leve dor de cabeça que o remédio alivia.
Esqueces-te, porém, dos que carregam a provação da loucura na grade dos manicômios.
Afliges-te por perder a condução, no momento oportuno.
Esqueces-te, entretanto, dos que jazem detidos em catres de sofrimento, suspirando, pelo conforto de se arrastarem.
Afliges-te pelo erro sanável da costureira, na vestimenta que encomendaste.
Esqueces-te, contudo, daqueles que ostentam a pele ultrajada de chagas, sem se queixarem.
Afliges-te em casa porque alguém não lhe fez o prato de preferência.
Esqueces-te, todavia, dos que varam a noite, atormentados de fome.
Afliges-te com as travessuras do filhinho desajustado.
Esqueces-te, contudo, das crianças perdidas, ao sabor da intempérie.
Afliges-te por insignificantes deveres no ambiente doméstico.
Esqueces-te, porém, dos que choram sozinhos, no leito dos hospitais.
Afliges-te, tantas vezes, por bagatelas!...
Fita, no entanto, a retaguarda e, reparando as aflições dos outros, agradecerás ao Senhor a própria felicidade que não conseguias ver.

Emmanuel

domingo, 16 de novembro de 2014

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

DE TOCAIA
Cap. X – Item 3

Luis Borges, denotado tarefeiro da Causa Espírita, em São Paulo, atravessava calmamente a Avenida São João, na capital bandeirante, quando foi alvejado por um tiro de revólver, estabelecendo-se o rebuliço.
Populares e guardas. Assobios e exclamações.
Pobre moço desconhecido e armado foi preso e trazido à presença da vítima.
Borges mostrava-se assustado, mas sereno. A bala atingira simplesmente o livro que sobraçava de mão encostada ao peito. E esse livro era O Evangelho segundo o Espiritismo, com que se dirigia a certa reunião em favor de um enfermo.
– Peço desculpas. O tiro foi casual – rogou o jovem, pálido. 
Os policiais contudo, retinham-no furiosos.
Luis Borges, no entanto, buscando a paz, abriu o volume chamuscado e falou:
– Vejamos a mensagem do Evangelho:
E ante o assombro geral, leu, na página aberta, as belas referências do capítulo X – Bem-aventurados os que são misericordiosos:
“Então, aproximando dele, disse-lhe Pedro: – Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão quando houver pecado contra mim?
Até sete vezes?
“Respondeu-lhe Jesus: – Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.”
Quando Borges terminou a ligeira leitura, o moço preso ajoelhou-se na rua e começou a soluçar. Só então explicou que ali se achava de tocaia para assassinar o próprio irmão que o havia prejudicado num processo de herança e prometeu desistir de semelhante propósito para sempre.

Hilário Silva

domingo, 9 de novembro de 2014

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

ROGATIVA DO ESTOMAGO
Cap. XIII – Item 8

1 – Sou a porta de sua sustentação.
Conserve-me limpo.

2 – Posso trabalhar com segurança.
Não me incline à desordem.

3 – Muita vez clama você contra a carestia.
E despende somas consideráveis para desajustar-me as funções e conturbar-me os serviços.

4 – Não me encha de excessos.
Carregando peso desnecessário, é possível venhamos a cair hoje mesmo.

5 – Não me faça depósito de condimento demasiado.
Obedecendo às leis orgânicas, transmitirei ao seu próprio sangue os venenos que você me impuser.

6 – Não me dê bebidas alcoólicas.
Se você fizer isso, não garantirei sua própria cabeça.

7 – Rogo a você afastar-me de todo entorpecente, a não ser por ocasião de tratamentos excepcionais.
Pequena drágea para repouso inconveniente pode, em verdade, aproximar-nos da morte.

8 – Não desejo e nem posso alimentar-me exclusivamente com recursos celestes.
Peço apenas a você discernimento e equilíbrio.

9 – Governe-me contra as sugestões da mesa festiva, mesmo nos mais simples prazeres familiares.
Tenho comigo a chave de sua própria harmonia.

10 – Não me diga que morrerá de fome porque não disponha de mesa lauta.
Por amor de Deus, não olvide que a maior parte das enfermidades vem do prato abundante e que nós não vivemos para comer, mas comemos simplesmente para viver.

André Luiz

domingo, 2 de novembro de 2014

ESTUDO DO LIVRO " O ESPÍRITO DA VERDADE " - MARIA J. SANCHES

OS NOVOS SAMARITANOS
Cap. XV – Item 2

Quem ainda não caiu nos resvaladouros do erro?
Quem ainda não se viu forçado a reerguer-se de muitas quedas?
Tange as fibras do coração e estende a indulgência, servindo aos companheiros que o açoite da provação flagela e vergasta.
Ei-los que surgem por toda parte:
O doente recluso no manicômio, expirando à míngua de luz, no crepúsculo da existência...
A jovem acidentada cujos olhos empalidecem para não mais fitarem o azul do céu.
O moço que ostenta a saúde a brincar-lhe no corpo e a irreflexão a empurrar-lhe a alma para os antros do vício...
A mulher que resume ao mesmo tempo e ternura de mil mãezinhas, ao enlaçar o filhinho amado e enfermo, desfalecente e já sem forças para chorar...
O homem de passo errante que se estira de cansaço sobre passeios e bancos da via pública, tentando conciliar o sono sem sonhos do supremo infortúnio...
O cultivador do solo, preso a dores antigas e que não troca de vestimenta há vários meses de intensa luta...
A dama elegante e bela que traz o coração repleto de enganos sob o colo estrelado de jóias...
O ébrio de olhar sem brilho e de lábios sem cor, que avança para o sepulcro, cambaleando aos soluços dos filhos entregues à ignorância e à necessidade...
A velhinha encarquilhada que ainda busca coser farrapos de velhos sonhos...
O sentenciado infeliz cuja consolação é somente ouvir a orquestra dos passarinhos sobre as telhas do cárcere...
Construindo o bem sem alarde, no sublime anonimato do amor fraterno, os espíritas podem e devem ser os novos samaritanos, em plena vida de hoje.
Embora humildes e pequeninos, mas convictos de que desfrutamos a Eternidade, na qual já podemos viver felizes, sigamos Jesus, o Excelso Timoneiro, acompanhando a marcha gloriosa de suor e de luta em que porfiam incansavelmente os nossos benfeitores abnegados – os Espíritos de Escol.

Eurípedes Barsanulfo