domingo, 7 de fevereiro de 2010

SEMANA - ESTUDO DO EVANGELHO - CAPÍTULO 10 ÍTEM 18 - MARIA J. CAMPOS



FONTE BÁSICA

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.


A INDULGÊNCIA 2


1. O que é indulgência?
É uma das virtudes que caracterizam um verdadeiro cristão e que se expressa pela postura complacente, compreensiva, que se adota perante as faltas e imperfeições do próximo.

Ser indulgente é saber relevar, perdoar, esquecer, dissimular, diante de tudo que se possa ser reprovável pelo comportamento dos semelhantes.

2. É difícil sermos indulgentes para com o próximo?
Sim, levando-se em conta o mundo em que vivemos, onde o mal ainda sobrepuja o bem, razão por que é mais cômodo destacar os erros do próximo do que procurar suas virtudes.

Enxergar a maldade não exige de nós muito esforço, tal a forma como a ela nos habituamos.

3. Por que insistimos em evidenciar os erros dos outros, quando reconhecemos que somos portadores de graves erros também?
Porque o nosso comportamento é ainda, todo ele, sedimentado no orgulho, que nos faz alimentar a pretensão inútil de nos colocar em posição de vantagem e de superioridade, rebaixando o nosso irmão, sempre, ao nível de alguém menor ou pior que nós.

Enquanto o orgulho ainda estiver ditando as regras de nosso comportamento, só teremos olhos para exalçar os erros alheios, fingindo não lhes anotar as qualidades, porquanto estas, certamente, tendem a nos colocar em posição inferior, ferindo-nos o amor próprio.

4. O que está reservado às pessoas que se julgam superiores às demais, acreditando-se no direito de apontar as faltas alheias?
A justiça divina encarregar-se-á delas, fazendo-as reconhecer, muitas vezes pela dor, que o caminho da felicidade passa obrigatoriamente pelo próximo, a quem devemos todo o nosso respeito e atenção, sem jamais julgá-lo em posição inferior.

À medida que evolui, o espírito se conscientiza de que a sua felicidade está na razão direta da felicidade que proporciona ao semelhante, e toma o amor ao próximo como lema e objetivo de sua vida.

5. Ser indulgente significa fechar os olhos para os defeitos dos outros?
Não. O significado de indulgência vai além: significa que devemos buscar a centelha divina que habita o imo de cada um de nós e, desse modo, revelar e enaltecer os bons sentimentos e as virtudes do próximo.

Deixar de praticar o mal não basta para evoluir. É necessário também, e principalmente, que faça todo o bem ao alcance, em favor do próximo. Nisso está o verdadeiro caminho da felicidade plena.

6. De que modo a indulgência constitui uma forma de se praticar a caridade?
A indulgência, tendo por objetivo a prática de atitudes que visam á promoção do bem-estar do próximo, constitui-se, por isso, em uma das sublimes maneiras de se expressar à caridade.

“O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver, cada um, apenas superficialmente os defeitos de outrem, e esforçar-se por fazer que prevaleça o que há nele de bom e virtuoso!”.

7. Os espíritos nos recomendam praticar a caridade, tanto para o próximo como para nós mesmos. De que forma podemos ser caridosos para conosco?
Reconhecendo os nossos próprios defeitos e corrigindo-os enquanto é tempo, poupando-nos, assim, de dores e sofrimentos maiores.

O espiritismo vem nos lembrar a obrigação que temos de nos corrigir, consoante nos recomenda o Evangelho. Essa responsabilidade, contudo, é bem maior para aquele que já tem noção desse dever.

Conclusão:
É impossível amar a Deus sem praticar a caridade, e não se pode pensar em caridade esquecendo-se de ser indulgente para com os defeitos dos outros. A prática dessa virtude nos leva a considerar com mais rigor os nossos defeitos e a enaltecer as virtudes do próximo.