quarta-feira, 3 de abril de 2013
LIVRO: VOLTEI DE CHICO XAVIER PELO ESPÍRITO DE FREDERICO FIGNER
DE RETORNO A CASA
Grande movimentação de gente se fizera em volta do lar onde meus olhos de carne se haviam cerrado para sempre.
Natural atração me impulsionava a entrar, precipitadamente. O campo doméstico reclamava-me o espírito qual poderoso ímã. Entretanto, forças desconhecidas compeliam-me a retroceder.
Registrando o fenômeno, aflito, fixei Bezerra, buscando esclarecimento.
O venerável amigo contemplou-me pacientemente e falou:
– Ainda agora, reparávamos que o veículo físico de uma senhora em nada nos afetou a organização, mas aqui somos defrontados por matéria de nosso plano, envolvendo pensamentos agressivos e desfavoráveis em massa. As projeções mentais da maioria de nossos amigos, aqui congregados, formam energias contraditórias, entre si. Alguns discutem e muitos pensam de maneira inadequada ao respeito que devemos a um companheiro em transe. Para nós, adestrados na travessia de obstáculos, esta compacta emissão de forças antagônicas não constitui barreira insuperável, mas é preciso reconhecer as condições especialíssimas do seu estado. Você ainda se acha na condição do pássaro mal saído do ninho, incapaz de voar livremente.
Regozijei-me com a explicação; contudo, indaguei, curioso:
– E seu eu insistisse?
– Teria choques sumamente desagradáveis, adiando o restabelecimento de suas forças. Toda realização útil pede exercício.
Não teimei. A simples vizinhança das conversações infundia-me pronunciado mal-estar.
Recomendou Bezerra ao Irmão Andrade e Marta me assistisse, enquanto cortaria o laço que de certa forma, ainda me retinha às vísceras cadavéricas.
O regresso a casa, com as surpresas de que se fazia acompanhar, trouxe-me penosas impressões. Esforçava-me por não cair, extenuado, ali mesmo.
Retornara a dispneia. Se o leito estivesse à minha disposição, nele buscaria, sem delonga, refúgio confortante.
Marta ajudou-me, esclarecendo que a hora se caracterizava por muita ansiedade no coração dos entes que me consagravam sincera estima na Terra, que inúmeros pensamentos de angústia convergiam sobre mim e, por isso, eu devia resistir, garantindo a tranquilidade própria.
Considerando o que ouvia, procurei acalmar-me.
As forças que me colhiam em cheio, insofreáveis e impetuosas, surpreendiam-me, dolorosamente, qual se fossem corrente elétricas. Vozes imprecisas cercavam-me os ouvidos.
Onde me encontrava? Entre amigos ou no centro de um redemoinho de energias desconhecidas, mais furiosas que as do vento forte?
O Irmão Andrade percebeu-me o desajustamento e sustentou-me nos braços com mais carinho e segurança.
Não ignorava que muitos amigos meus ali se encontravam; entretanto, apesar do imenso desejo de revê-los, via-me inibido de semelhante satisfação.
Meus olhos se mantinham turvos e minha mente jazia atormentada.
Grande movimentação de gente se fizera em volta do lar onde meus olhos de carne se haviam cerrado para sempre.
Natural atração me impulsionava a entrar, precipitadamente. O campo doméstico reclamava-me o espírito qual poderoso ímã. Entretanto, forças desconhecidas compeliam-me a retroceder.
Registrando o fenômeno, aflito, fixei Bezerra, buscando esclarecimento.
O venerável amigo contemplou-me pacientemente e falou:
– Ainda agora, reparávamos que o veículo físico de uma senhora em nada nos afetou a organização, mas aqui somos defrontados por matéria de nosso plano, envolvendo pensamentos agressivos e desfavoráveis em massa. As projeções mentais da maioria de nossos amigos, aqui congregados, formam energias contraditórias, entre si. Alguns discutem e muitos pensam de maneira inadequada ao respeito que devemos a um companheiro em transe. Para nós, adestrados na travessia de obstáculos, esta compacta emissão de forças antagônicas não constitui barreira insuperável, mas é preciso reconhecer as condições especialíssimas do seu estado. Você ainda se acha na condição do pássaro mal saído do ninho, incapaz de voar livremente.
Regozijei-me com a explicação; contudo, indaguei, curioso:
– E seu eu insistisse?
– Teria choques sumamente desagradáveis, adiando o restabelecimento de suas forças. Toda realização útil pede exercício.
Não teimei. A simples vizinhança das conversações infundia-me pronunciado mal-estar.
Recomendou Bezerra ao Irmão Andrade e Marta me assistisse, enquanto cortaria o laço que de certa forma, ainda me retinha às vísceras cadavéricas.
O regresso a casa, com as surpresas de que se fazia acompanhar, trouxe-me penosas impressões. Esforçava-me por não cair, extenuado, ali mesmo.
Retornara a dispneia. Se o leito estivesse à minha disposição, nele buscaria, sem delonga, refúgio confortante.
Marta ajudou-me, esclarecendo que a hora se caracterizava por muita ansiedade no coração dos entes que me consagravam sincera estima na Terra, que inúmeros pensamentos de angústia convergiam sobre mim e, por isso, eu devia resistir, garantindo a tranquilidade própria.
Considerando o que ouvia, procurei acalmar-me.
As forças que me colhiam em cheio, insofreáveis e impetuosas, surpreendiam-me, dolorosamente, qual se fossem corrente elétricas. Vozes imprecisas cercavam-me os ouvidos.
Onde me encontrava? Entre amigos ou no centro de um redemoinho de energias desconhecidas, mais furiosas que as do vento forte?
O Irmão Andrade percebeu-me o desajustamento e sustentou-me nos braços com mais carinho e segurança.
Não ignorava que muitos amigos meus ali se encontravam; entretanto, apesar do imenso desejo de revê-los, via-me inibido de semelhante satisfação.
Meus olhos se mantinham turvos e minha mente jazia atormentada.